Meu povo, e aí, tudo tranquilo ?
O português tem lá seus encantos, mas às
vezes é complicado usar bem as normas gramaticais.
Quando falamos, cometemos erros que passam
despercebidos, mas na escrita a coisa é diferente. Quando escrevemos um
bilhete, uma carta, um e-mail, um
trabalho acadêmico ou uma série de slides
para apresentação, o que escrevemos é um registro, e quando está errado fica
bem feio para quem escreveu...
Um erro muito comum é o erro de Regência. O que não tem nada ver com a
Rainha Elizabeth ou qualquer regente por aí...
Regência é a área da Sintaxe que cuida das relações entre os
substantivos que pedem ou não preposição e seus complementos (Regência Nominal) ou daquelas entre os
verbos e seus complementos (Regência
Verbal).
Das duas, a Regência Verbal causa mais problemas, porque, dependendo da
preposição que for usada ou não, temos a
mudança de sentido do verbo.
Não vamos aqui fazer um estudo completo de
Regência, mas mostrar alguns erros muito comuns por erro de uso de preposições
em relação a verbos. Vamos ver alguns casos ?
Agradar
Quando o sujeito é uma coisa, dizemos que a coisa
agrada a alguém:
A história agradou muito aos pais.
Quando o sujeito também é pessoa, dizemos que alguém agrada alguém (sem preposição):
As crianças agradaram
os pais.
Aspirar
No sentido de inalar, deixar entrar pelas narinas, é usado sem preposição:
Nós aspiramos o perfume, a
fumaça, o pó.
No sentido de desejar algo, usa preposição a:
O rapaz aspirou sempre ao cargo de diretor.
Assistir
No sentido de ajudar, dar assistência, é usado sem preposição:
O médico assiste o doente.
No sentido de ver, presenciar, pede preposição a:
Nós fomos assistir ao filme, à novela,
ao seu discurso.
Chegar
Apesar do uso corrente na linguagem oral
reger a preposição em, o verbo chegar
deve ser usado, na verdade, com a preposição a:
Chegamos à cidade ontem
(e não na cidade).
Namorar
Por incrível que pareça, o correto é namorar alguém, e não namorar com alguém:
Ela namora o Pedro há muito tempo.
Obedecer e desobedecer
Devem ser usados com a preposição a:
Obedeci sempre aos meus pais.
Não desobedeça a mim,
faça o que eu disse.
Perdoar
Com coisas,
não pede preposição:
Perdoe os erros dele, ele é ainda muito novo.
Com pessoas,
usamos a preposição a:
Perdoou a seus desafetos, e seguiu sua vida.
Preferir
Falamos erradamente eu prefiro isto do que aquilo. O correto é usar a
preposição a:
Prefiro ir ao cinema a ficar
e ver a novela.
Visar
Este é clássico. Há muito erro nele. No
sentido de dirigir a pontaria, não é
usado com preposição.
Ele visou o alvo e atirou a flecha.
No sentido de pôr o visto, também é usado sem preposição:
A professora visou os cadernos antes de devolver aos alunos.
Agora, no sentido de ter como objetivo, desejar, ter em vista, pretender, rege a
preposição a:
Este procedimento visa ao correto uso do
equipamento.
Ela visou a conseguir a nota
de que precisava.
Bem, é claro que existem outros casos, mas
colocamos aqui aqueles de verbos que são muito usados, e frequentemente com
erros, por falta de conhecimento dos estudos de Regência.
É isso aí... atenção aos usos das
preposições, está certo ? Fica a dica...
Beijão, meu povo, até mais !
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