sábado, 26 de julho de 2014

Regência de alguns verbos... O que é isso ? E pra que serve ?


Meu povo, e aí, tudo tranquilo ?

O português tem lá seus encantos, mas às vezes é complicado usar bem as normas gramaticais.

Quando falamos, cometemos erros que passam despercebidos, mas na escrita a coisa é diferente. Quando escrevemos um bilhete, uma carta, um e-mail, um trabalho acadêmico ou uma série de slides para apresentação, o que escrevemos é um registro, e quando está errado fica bem feio para quem escreveu...

Um erro muito comum é o erro de Regência. O que não tem nada ver com a Rainha Elizabeth ou qualquer regente por aí...

Regência é a área da Sintaxe que cuida das relações entre os substantivos que pedem ou não preposição e seus complementos (Regência Nominal) ou daquelas entre os verbos e seus complementos (Regência Verbal).

Das duas, a Regência Verbal causa mais problemas, porque, dependendo da preposição que for usada ou não, temos a mudança de sentido do verbo.

Não vamos aqui fazer um estudo completo de Regência, mas mostrar alguns erros muito comuns por erro de uso de preposições em relação a verbos. Vamos ver alguns casos ?

Agradar

Quando o sujeito é uma coisa, dizemos que a coisa agrada a alguém:
A história agradou muito aos pais.

Quando o sujeito também é pessoa, dizemos que alguém agrada alguém (sem preposição):
As crianças agradaram os pais.

Aspirar

No sentido de inalar, deixar entrar pelas narinas, é usado sem preposição:
Nós aspiramos o perfume, a fumaça, o pó.

No sentido de desejar algo, usa preposição a:
O rapaz aspirou sempre ao cargo de diretor.

Assistir

No sentido de ajudar, dar assistência, é usado sem preposição:
O médico assiste o doente.

No sentido de ver, presenciar, pede preposição a:
Nós fomos assistir ao filme, à novela, ao seu discurso.

Chegar

Apesar do uso corrente na linguagem oral reger a preposição em, o verbo chegar deve ser usado, na verdade, com a preposição a:
Chegamos à cidade ontem (e não na cidade).

Namorar

Por incrível que pareça, o correto é namorar alguém, e não namorar com alguém:
Ela namora o Pedro há muito tempo.

Obedecer e desobedecer

Devem ser usados com a preposição a:
Obedeci sempre aos meus pais.
Não desobedeça a mim, faça o que eu disse.

Perdoar

Com coisas, não pede preposição:
Perdoe os erros dele, ele é ainda muito novo.

Com pessoas, usamos a preposição a:
Perdoou a seus desafetos, e seguiu sua vida.

Preferir

Falamos erradamente eu prefiro isto do que aquilo. O correto é usar a preposição a:
Prefiro ir ao cinema a ficar e ver a novela.

Visar

Este é clássico. Há muito erro nele. No sentido de dirigir a pontaria, não é usado com preposição.
Ele visou o alvo e atirou a flecha.

No sentido de pôr o visto, também é usado sem preposição:
A professora visou os cadernos antes de devolver aos alunos.

Agora, no sentido de ter como objetivo, desejar, ter em vista, pretender, rege a preposição a:
Este procedimento visa ao correto uso do equipamento.
Ela visou a conseguir a nota de que precisava.

Bem, é claro que existem outros casos, mas colocamos aqui aqueles de verbos que são muito usados, e frequentemente com erros, por falta de conhecimento dos estudos de Regência.


É isso aí... atenção aos usos das preposições, está certo ? Fica a dica...


Beijão, meu povo, até mais !

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