E aí, gente, tudo beleza por aí ?
Vamos finalizar nosso passeio pelas obras de
literatura da lista da Fuvest ?
Falta falarmos sobre Carlos Drummond de Andrade e seu Sentimento do Mundo.
Carlos
Drummond de Andrade
é considerado um dos nossos maiores poetas. Nascido em Minas Gerais, foi
jornalista, contista e cronista, mas é tido como o poeta mais consistente de
nosso Modernismo.
Iniciou sua carreira com o livro Alguma Poesia, em 1930. Escreve o
segundo livro, Brejo das Almas, em
1934.
Nas suas obras, focaliza os aspectos da vida
quotidiana: o ambiente do interior de Minas, a família, com seus costumes
e tradições, e o homem cercado pelos problemas do dia-a-dia.
Com Sentimento do Mundo,
sua terceira obra, de 1940, ele começa a mostrar um lado mais maduro de sua
produção poética.
O livro traz 28 poemas, que mostram o sentimento do autor em relação aos
problemas e situações vividos entre 1935 e 1940, como as Guerras Mundiais e o
Estado Novo de Getúlio Vargas, e como esses eventos atingem a alma do poeta.
A destruição e a instabilidade vividas neste
período levam o poeta a desejar
reconstruir o mundo, a viver o presente difícil que ele enfrenta, apesar de
tudo, e ele mostra uma preocupação social, ora acreditando que não há como
lutar com acontecimentos tão grandiosos e incontroláveis, ora pensando que o mundo
deve ter suas instituições renovadas, pois o que existe já está caduco.
Para ilustrar, coloco o poema Mãos Dadas, onde ele apresenta sua inconformação
diante do mundo como estava, mas que tinha convicção que o passado estava
ultrapassado, e que o futuro ainda não havia chegado. Importante, então, viver
o presente com a união das pessoas, para poder superar a fase difícil:
Não
serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, do tempo presente, os homens presentes,
a vida presente.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.
Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, do tempo presente, os homens presentes,
a vida presente.
Bonito, não é mesmo ?
Bem, aqui finalizamos a nona obra da lista.
Espero que todos possam ler o máximo de livros possível e que tenham uma ótima
preparação para o vestibular.
Beijos, meu povo, e até mais !
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