E aí, minha gente, tudo tranquilo ? Espero
que sim.
Hoje não temos regras de língua, nem
literatura, nem francês.
Como nosso intuito com a criação deste blog é
informar e educar, acredito que há momentos em que temos de falar sobre alguns
assuntos com nossos jovens, para que eles possam tomar consciência de valores
que serão sempre úteis para sua formação e para que tenham uma vida acadêmica e
profissional de sucesso.
Gostaria de falar com vocês, meus alunos e
alunas espalhados por este mundo afora.
Vejo com uma certa preocupação muitos garotos
e garotas sem saber o que vão fazer, principalmente os que estão no ensino
médio e aqueles que já estão iniciando na vida acadêmica da universidade e nos
primeiros passos da vida profissional.
Muitos não têm a mínima ideia do que estudar,
que carreira escolher, ou se a faculdade iniciada e o trabalho
recém-conquistado são as opções que deveriam ter escolhido.
Somado a isto, deparamo-nos também com aqueles
que não aproveitam oportunidades que existem, que não valorizam aquilo que já
possuem, que estão desanimados, apáticos, ou desviados do caminho, vivendo
momentos de ilusão que vão ser amargos lá na frente, quando perceberem que
estão perdendo tempo com coisas que absolutamente não os fazem ser melhores e
vitoriosos.
Vou comentar rapidamente com vocês como era a
vida dos seus pais, que são meus contemporâneos... perguntem para eles se não
era mesmo assim no tempo em que estudávamos.
Bem, a vida era muito diferente, mas com
certeza... Não tínhamos acesso a tantas facilidade que hoje vocês têm e disso
nem se apercebem.
O celular não existia, ficávamos sem
comunicação com nossos pais dentro das escolas, não tínhamos como falar com
nossos amigos, a não ser que encontrássemos um orelhão e tivéssemos fichas
telefônicas, que acabavam muito mais rapidamente do que nosso interesse em
falar com o outro...
Nem sabíamos o que era um computador, era uma
coisa muito avançada, dos filmes, não cabia na nossa realidade...
Refrigerante era artigo especial, que só
podíamos consumir (com moderação) nos finais de semana e dias de festa... e
festa, só na companhia dos pais, pelo menos até termos idade para sermos
liberados... a vigilância era ferrenha e eficiente...
Quando havia reunião da escola, era um
desfile de meninos e meninas pálidos, esperando o que viria se o professor
falasse algo, qual seria o castigo que os pais iriam dar, castigos estes que
eram cumpridos, porque eles não tinham pena, sabiam que agir com rigor faria
dos seus filhos pessoas preparadas para um mundo onde falhar não tinha
perdão... E os castigos eram simplesmente não ver televisão, ficar sem brincar
na rua, ou sem aquele passeio tão sonhado ou a excursão da escola...
Na época dos 14 anos, os pais colocavam a
gente para estudar à noite, sem nos perguntar se queríamos ou se aceitávamos, e
tínhamos de trabalhar (esta era a alternativa a – e, a propósito, não existia alternativa b...)... isso mesmo, trabalhar, e dar todo o pagamento (ou a maior
parte dele) para ajudar nas despesas da casa...
Na escola, o perrengue não era menor, não...
Apostilas prontas ? Sites para
consulta ? Internet ? Projetor ? Vídeos
? Reforço escolar ? Ledo engano... A matéria era colocada na lousa, tínhamos de
copiar tudo a mão, nos nossos cadernos. Fazíamos caligrafia, porque era
inadmissível letra ilegível, íamos à biblioteca pública para fazer os
trabalhos, não havia como consultar sem ver as enciclopédia e copiar em folhas
de almaço os trabalhos que deveriam ser entregues... A gente reprovava mesmo, e
nosso pais não admitiam isso... Nossa obrigação – eles diziam – era estudar e
trabalhar, porque eles tinham feito da mesma maneira até ali...
Fazer faculdade, comprar carro, roupa, viajar, passear, se conseguir trabalhar e
pagar (este o discurso dos pais)... poucos pais tinham condição de custear os
estudos dos filhos... estudávamos em escola pública até quando desse, e
pagávamos nosso curso superior, se não tivéssemos a possibilidade de fazer
universidade pública... e assim era... acordávamos muito cedo, íamos para o
trabalho, saíamos às 18 horas correndo para começar na faculdade em torno de 19
horas... saíamos mortos e chegávamos em casa para dormir entre meia-noite e uma
da manhã... e no dia seguinte recomeçava o circuito...
Fins de semana eram recheados de trabalhos,
estudos e atividades... Fazíamos curso de língua, de datilografia, porque
queríamos ter mais oportunidades... Economizávamos para comprar aquela roupa
legal ou aquele tênis da moda... ou para ir ao cinema, que não ficava em shopping (o que era shopping ?). Éramos obrigados a pegar ônibus ou metrô e irmos ao
centro da cidade para ver uma sessão...
Mas também tínhamos amizades, saíamos,
dançávamos, ríamos, tínhamos nossa turma... vivíamos com pouco, mas éramos
felizes... e fazíamos tudo, trabalho, estudo, diversão, tudo no seu tempo, tudo
com alegria, tudo com disposição, tudo com equilíbrio e responsabilidade... não
éramos 100% responsáveis, éramos jovens, tínhamos ideais, sonhos, desejos, mas
tínhamos uma vontade de viver e melhorar...
Hoje eu olho para vocês e fico pensando:
vocês têm tudo, todas as facilidades, todas as regalias, todos os bens que seus
pais compram pensando em dar o melhor pra vocês...
Vocês podem estudar tranquilamente em boas
escolas, que têm muito mais recursos do que jamais imaginamos que poderiam
existir.
Não são obrigados a trabalhar cedo, podem
começar quando já forem adultos, com 18, 20 anos, têm suas escolas e faculdades
custeadas ou auxiliadas em parte pelos seus pais.
Vocês têm a tecnologia a seu favor, pais
amorosos, infraestrutura para progredirem, e o que fazem com isso ? Não
estudam, não se dedicam, não aproveitam as oportunidades únicas que são dadas
para crescer. Acham que estudar é uma bobagem, que o importante é “passar de
ano” e que os pais são obrigados a sustentar suas vontades, mesmo que os
resultados da dedicação deles não se reflita em aproveitamento para vocês...
Vão à faculdade e só pensam em diversão,
esquecem da formação que será essencial lá na frente, acham que a vida deve ser
fruída até a última gota e não fazem nada para merecer o que têm recebido.
Pensem um pouco na luta de seus pais por
vocês...
Se puderem, trabalhem para ajudá-los, tenham
a alegria de ter seu próprio dinheirinho e dar um pouco daquilo que tanto
recebem...
Estudem, não é só uma obrigação, mas um
caminho que levará somente os melhores ao sucesso...
Se não trabalha porque a faculdade não
permite, ajude em casa. Seja cordial, arrume sua cama, organize seu quarto,
ajude a recolher os pratos, seja grato àqueles que deram tudo a vocês...
Divirtam-se, mas sem dar preocupação aos seus
pais ou dor de cabeça para vocês...
Compreendam o sacrifício e o esforço daqueles
que aí estão para ajudá-los e que querem somente que vocês façam a sua parte e
sejam felizes...
O desânimo que vejo em vocês e a falta de
compromisso com a vida e com suas obrigações não têm justificativa.
Vocês têm tudo, e talvez seja mesmo por isso que não
dão valor a nada...
E se você não se enquadra aqui, parabéns, você saiu da visão estreita do mundo.
E se você não se enquadra aqui, parabéns, você saiu da visão estreita do mundo.
Valores, meus jovens, aprendam a cultivar
valores... e só assim vocês serão grandes seres humanos... Confiamos em vocês,
mas fica a pergunta: e vocês, confiam em si mesmos e nas suas capacidades ?
Fica a dica...
Beijos e até uma outra oportunidade !!!
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