domingo, 31 de agosto de 2014

Música francesa - Desireless


Salut, tout le monde, ça va ? J'espère que oui...

Quem viveu as épocas áureas dos anos 80, com certeza já ouviu falar de Desireless e seu único grande sucesso mundial chamado Voyage, Voyage...

Este foi um ícone dos anos 80 e vemos ainda por aí em algumas baladas clássicas dos anos 70, 80 e 90 e esporadicamente nas rádios, em programas de flashback...

Desireless não é um grupo musical, como o nome pode sugerir. É o nome artístico da cantora francesa de ascendência tcheca Claudie Fritsch-Mentrop.

Sua música Voyage, Voyage é tão famosa que ficou no topo das paradas de sucesso por todo o mundo durante dois anos consecutivos, entre 1986 e 1988.


Abaixo coloco a letra de Voyage, Voyage
o clipe original  da música.

Para os que conhecem e viveram a época de seu estouro nas rádios, serve para matar a saudade.

Para os que não ouviram falar de Desireless, vale conhecer e dar uma conferida na música e na letra.

E para se apaixonar um pouco mais pelo francês, vale sempre a pena, não é mesmo ?

Je vous souhaite un très bon dimanche !!! Bisoux! À toute !!!




Voyage, Voyage


Au dessus des vieux volcans,

Glisse tes ailes sur les tapis du vent,

Voyage, voyage,
Eternellement.
Des nuages en marécages,
Des vents d'Espagne en pluies d'équateur,
Voyage, voyage,
Vole dans les hauteurs
Au dessus des capitales,
Des idées fatales,
 Regarde l'océan...

Voyage, voyage
Plus loin que la nuit et le jour, (voyage voyage)
Voyage (voyage)
Dans l'espace inouï de l'amour.
Voyage, voyage
Sur l'eau sacrée d'un fleuve indien, (voyage voyage)
Voyage (voyage)
Et jamais ne revient.

Sur le Ganges ou l'Amazone,
Chez les blacks, chez les sikhs, chez les jaunes,
Voyage, voyage
Dans tous les royaumes.
Sur les dunes du Sahara,
Des îles Fidji au Fujiyama,
Voyage, voyage,
Ne t'arrête pas.
Au dessus des barbelés,
Des coeurs bombardés,
 Regarde l'océan.

Voyage, voyage
Plus loin que la nuit et le jour, (voyage voyage)
Voyage (voyage)
Dans l'espace inouï de l'amour.
Voyage, voyage
Sur l'eau sacrée d'un fleuve indien, (voyage voyage)
Voyage (voyage)
Et jamais ne revient.

Au dessus des capitales,
Des idées fatales,
 Regarde l'océan.

Voyage, voyage
Plus loin que la nuit et le jour, (voyage voyage)
Voyage (voyage)
Dans l'espace inouï de l'amour.
Voyage, voyage
Sur l'eau sacrée d'un fleuve indien, (voyage voyage)
Voyage (voyage)
Et jamais ne revient.








sábado, 30 de agosto de 2014

Pérolas por aí... puxa, estoque ilimitado !!!



Minha gente, tudo bem por aí ? Estamos com mais algumas placas, faixas e muros com erros engraçados de português (porque se fosse pra chorar, não haveria fim pro chororô, hehehe...)

Vamos ver mais pérolas ? Apertem os cintos e caiam na folia !!!



Esta é daquelas listas infinitas de erros. Vamos lá:
Impotência sexual;
Ginecologia geral (isso existe ?);
Hemorroida interna e externa (visão do inferno...)
Hérnia interna e externa (visão do inferno II...)
Apendicite. Trombose;
Dor no peito. Dor de dente;
Dor nas vistas. Tuberculose
Homem que não faz filho (cada coisa, viu...)
Mulher que não faz filha (??!!)
Bronquite. Gota. E o que é "maculu", por Deus do céu ?
Febre amarela. Catarata.
O que diabos seria "mbasu"? Diabete e "cola aberta" (outro mistério)
Na verdade, além de um professor,
precisamos de um detetive, hehehe...

Gente, colchão "inflávio" seria um colchão "dentro" do Flávio, o que não dá para se admitir...
Colchão inflável (que infla, pode ser cheio com ar ou outro gás)...



Este caldo de mocotó é fino ! Talvez o vendedor tenha aprendido na França alguma receita de "môcôtô"...
Só que não... Em português, quando há acento, é só um, para mostrar a sílaba tônica, está certo ?

Gente, uma pessoa que auxilia nos trabalhos universitários
dá aulas de "reforso" ?!!
Aulas de reforço para o professor que dá "reforso", por favor...

Povo, o massoterapeuta corrige problemas de hérnia de disco, artrose, bursite, nervo ciático...
Credo... quem será o doido que se entrega nas mãos dele ?


Não deixem "obigetos" no corredor, nem objetos, por favor.
Assim a gerência não precisa colocar cartazes com erros por lá. Obrigado.

Esta é interessante. Coma "a vontade". Você não pode comer
"a vontade", mas sim colocar uma crase no "a" e dizer que as pessoas podem comer à vontade, isto é, sem restrição, conforme a sua vontade... Ai, ai, ai...



Mas pensem que é melhor rir por não fazer do que chorar por fazer...

É um consolo, não é mesmo ?

Sempre atenção aos detalhes da nossa língua escrita.


Um beijão e até a próxima !!! Até lá !


sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Intertexto, vamos falar um pouco sobre ele ?


Olá, minha gente, tranquilo por aí ?

Vamos falar hoje sobre a intertextualidade. Nome comprido, assunto em voga, mas que é relativamente simples. Vamos ver do que se trata ?

Intertextualidade é a criação de um texto a partir de outro já existente.

E esse texto original pode ser de qualquer tipo, um romance, um conto, um poema, uma propaganda, uma música, ou outros... e o texto produzido também pode variar no mesmo grau, inclusive pode ser produzida outra linguagem (novela ou peça teatral, por exemplo).

Vamos entender através de um exemplo.

Muitos de vocês conhecem a música Monte Castelo, da Legião Urbana. Ela é cantada por todo o Brasil e várias pessoas pensam que a letra é de um dos integrantes da Legião Urbana. Mas não é...

Vamos rever a letra da música:

Monte Castelo

Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria
É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade
O amor é bom, não quer o mal
Não sente inveja ou se envaidece
O amor é o fogo que arde sem se ver
É ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente
É dor que desatina sem doer
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria
É um não querer mais que bem querer
É solitário andar por entre a gente
É um não contentar-se de contente
É cuidar que se ganha em se perder
É um estar-se preso por vontade
É servir a quem vence, o vencedor
É um ter com quem nos mata a lealdade
Tão contrário a si é o mesmo amor
Estou acordado e todos dormem
Todos dormem, todos dormem

Agora vejo em parte
Mas então veremos face a face
É só o amor! É só o amor
Que conhece o que é verdade
Ainda que eu falasse
A língua dos homens
E falasse a língua dos anjos
Sem amor eu nada seria


Para vocês terem uma pequena ideia, as partes escritas na letra em azul pertencem a um trecho da Bíblia, a Primeira Epístola de Paulo aos Coríntios, as partes escritas em verde provêm de um soneto do poeta português Camões, Amor é fogo que arde sem se ver (lembram que os sonetos de Camões são sempre nomeados pelo primeiro verso, né?). O pequeno trecho em laranja pertence ao grupo musical... Vejam os originais:


Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse Amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine. E ainda que tivesse o dom da profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse Amor, nada seria. E ainda que distribuísse toda a minha fortuna para sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tivesse Amor, nada disso me aproveitaria. O Amor é paciente, é benigno; o Amor não é invejoso, não trata com leviandade, não se ensoberbece, não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal, não folga com a injustiça, mas folga com a verdade. Tudo tolera, tudo crê, tudo espera e tudo suporta. O Amor nunca falha. Havendo profecias, serão aniquiladas; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, desaparecerá; porque, em parte conhecemos, e em parte profetizamos; mas quando vier o que é perfeito, então o que é em parte será aniquilado. Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino. Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido. Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; mas o maior destes é o Amor.

Bíblia, Paulo, Coríntios I.


Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói, e não se sente;
é um contentamento descontente,
é dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
é um andar solitário entre a gente;
é nunca contentar-se de contente;
é um cuidar que ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
é servir a quem vence, o vencedor;
é ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
nos corações humanos amizade,
se tão contrário a si é o mesmo Amor? 

Lírica, Luís Vaz de Camões



O intertexto ocorre quando um texto é feito a partir de outro, ou outros, como no caso acima, que já havia anteriormente.

No nosso exemplo, vemos que o grupo Legião Urbana retirou partes dos dois textos acima, de São Paulo e de Camões, fez algumas adaptações e criou uma canção. Temos então um soneto e uma carta que deram origem a uma letra de música.

O intertexto é a conversa entre diversos textos, sejam eles usados parcial, totalmente ou somente na sua ideia principal.

Vemos, por exemplo, em novelas, histórias que se repetem, personagens que são baseadas em outras da literatura, propagandas que utilizam músicas conhecidas com a letra alterada, e por aí vai...

Temos várias personagens que são avaras, como o inesquecível Nonô Correia, do ator Ary Fontoura, tiradas do Avarento, bem como moças, no cinema e na televisão,  inspiradas na heroína/vilã de A Megera Domada, ambas do autor francês Molière, ou obras, propagandas, imagens tiradas de modificações da Gioconda, ou Mona Lisa, do italiano Leonardo da Vinci...

Esta conversa entre os textos e outras formas de comunicação nos dão aquele ar de já conheço isso, ou isso me lembra algo, que valoriza a criação: umas são homenagens aos autores originais, outras fontes de inspiração desses textos. 

Só se deve tomar cuidado para não copiar exatamente o texto anterior, ou dar os créditos, senão pode-se incorrer no crime de plágio...

Bem, é bom saber um pouco a mais sobre os textos, não é mesmo ?


Um beijão e até mais !


quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Música francesa - Stromae



Salut, les enfants, ça va bien !



Hoje vamos colocar uma música que esteve nas paradas de vários países, principalmente pela Europa,  por um bom tempo.


Trata-se de um hip-hop, estilo musical que, juntamente com o rap, é muito difundido e querido pelo público francófono, principalmente pelos mais jovens.


Apesar de muitos acharem, o cantor de hip-hop Stromae não é francês. Tampouco este é seu nome verdadeiro. Ele se chama Paul Van Haver, e é belga, nascido em Bruxelas. Aliás, muitos famosos que se imagina serem franceses são belgas, 
como o cantor Jacques Brel.


Stromae é um verlan, isto é, uma palavra que os franceses formam a partir da inversão das letras de uma palavra original, 
no caso maestro.


Talvez o nome Stromae não seja muito conhecido aqui nas terras tupiniquins, mas sua música, Alors on danse, ficou muito conhecida no Brasil, e foi tema de novela inclusive.


Para os que pensam que somente mostramos músicas antigas, fica aqui um exemplo bem mais moderno, hehehe...


Posto a música e sua letra. Espero que gostem. 

Um beijão e... à la prochaine !




Alors on danse

Alors on danse
Alors on danse
Alors on danse

Qui dit étude dit travail
Qui dit taf te dit les thunes
Qui dit argent dit dépenses
Qui dit crédit dit créance

Qui dit dette te dit huissier
Oui dit assis dans la merde
Qui dit Amour dit les gosses
Dit toujours et dit divorce

Qui dit proches te dis deuils
Car les problèmes ne viennent pas seul
Qui dit crise te dis monde dit famine dit tiers-monde
Qui dit fatigue dit réveille encore sourd de la veille
Alors on sort pour oublier tous les problèmes

Alors on danse?

Et la tu t'dis que c'est fini car pire que ça ce serait la mort
Qu'en tu crois enfin que tu t'en sors
Quand y en a plus et ben y en a encore!
Ecstasy dis problème les problèmes ou bien la musique
Ça t'prends les trips ça te prends la tête
Et puis tu prie pour que ça s'arrête

Mais c'est ton corps c'est pas le ciel
Alors tu t'bouche plus les oreilles
Et là tu cries encore plus fort et ca persiste...

Alors on chante
Lalalalalala, lalalalalala
Alors on chante
Lalalalalala, lalalalalala
Alors on chante

Alors on chante
Lalalalalala, lalalalalala
Alors on chante
Lalalalalala, lalalalalala
Alors on chante

Et puis seulement quand c'est fini, alors on danse

Alors on danse

Et ben y en a encore 











quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Francês, vamos nos localizar ?


Bonjour, mes amis, vous allez bien ?



Hoje, vamos falar um pouco de localização, porque é um assunto que nos dá um certo trabalho, não é mesmo ?




Vamos lá ? Com uns exemplos, temos como esclarecer as dúvidas.


Vous prenez la première rue à gauche, après la deuxième à droite, allez tout droit et vous arriverez au théâtre (Pegue a primeira rua à esquerda, depois a segunda à direita e você chegará ao teatro).

La banque est à la troisième rue à droite, derrière la Place des Amis (O banco fica na terceira rua à direita, atrás da Place des Amis).

Vous trouverez le bureau de M. Dupont à côté de celui de Mme. Leclerc (Você encontrará o escritório do M. Dupont ao lado do da Mme. Leclerc).

Demandez le renseignement au guichet en face (Peça a informação no guichê em frente)

Tournez à gauche, vous verrez la photocopieuse sur la table (Vire à esquerda, você verá a copiadora em cima da mesa).

Le tapis sous la table de la salle de dîner est taché (O tapete embaixo da mesa da sala de jantar está manchado).

Prenez les CDs dans l’armoire (Pegue os CDs dentro do armário).

Mettez cette table contre le mur pour avoir plus de espace (Coloque esta mesa encostada na parede para ter mais espaço).

L’hôpital est entre les rues Lefevre et Diderot (O hospital fica entre as ruas Lefevre e Diderot).


A partir dos exemplos acima, vamos prestar atenção em umas dicas:


Para indicar a localização, usamos alguns verbos básicos como prendre (prends, prenez), tourner (tourne, tournez), aller (va, allez), marcher (marche, marchez) no imperativo, como colocado entre parêntesis.


Saber os ordinais também ajuda bastante: premier, première, deuxième, troisième...


Para finalizar, é importante prestarmos atenção no vocabulário de localização (advérbios, locuções adverbiais, preposições): 

à gauche – à esquerda
à droite – à direita
tout droit – ir em frente
derrière – atrás
devant – em frente
en face – de frente, em face
près de – perto de
loin de – longe de
à l’angle de – na esquina
sur – em cima, sobre
sous – em baixo
dans – dentro
contre – contra, encostado
entre – entre duas coisas
parmi – entre várias coisas
au-dessus – acima
au-dessous – abaixo


Ufa ! Espero que seja útil para vocês se localizarem, hehehe...

Je vous embrasse ! À toute à l’heure !


terça-feira, 26 de agosto de 2014

Pérolas por aí - estoque ilimitado de erros, rsrsrsrsrs



Povo, mais pérolas encontradas pelas ruas por aí, em muros, cartazes e placas...

Vamos nos divertir... e aprender o que é correto !!!

Prontos ? Então lá vai !


Esta é longa...
Primeiro, ele corrigiu "faiz", que estava com "s"... e de nada serviu isso... Faz garrafada...
Na linguagem oral e familiar, podemos usar a contração "pra", mas na escrita é melhor escrevermos para, não é ?
Para colesterol
Para pressão alta
Para gastrite
Para inflamação no útero
Para emagrecer
Para inflamação da próstata
Para menopausa
Para levantar a moral
Para desgaste físico
Errou só 9 em 12, credo !!!

Ah, Dona Irene... vamos melhorar seu cartaz, não é dos piores, não, mas dá pra consertar umas coisinhas:
Joga búzios (a Dona Irene joga búzios...) ou jogam-se búzios - cartas, tarô e mapa astral - fazemos todo tipo de trabalho.
Traz (a Dona Irene traz...) a pessoa amada de volta entre 3 e 7 dias (fica mais aceitável, né ?). Serviço garantido.

Gente, um outdoor onde encontramos escrito "exelentes"...
triste, viu... Excelentes, meu povo...

Aqui temos uma coisa incoerente... É óbvio que o Bar do Fritz não está aberto porque está fechado... Isto é incoerente e até mesmo pleonástico, hehehe...

E o que seria uma "Carta Omante" ? Gente, a pessoa que lê a sorte nas cartas se chama cartomante...
E devemos crasear o "as" para concordarmos com horas... Ah, e a abreviação de horas é h., está bem ? 

Então, o certo fica : Atendemos das 10 às 18 horas, ou das 10 às 18 h.

Gente, esses mercados e o inglês não se entendem,
não é verdade ?
"Cup Kacke" ?!!! Não, cupcake...

Esta é nojenta, mas engraçada... e com erros bárbaros, no português e na higiene, por Deus do céu...
Churrasquinho do Ceará de gato siamês criado na ração.
Nunca comeu rato... Graças a Deus... hehehe




Por hoje é isto... vamos mostrar ainda muita coisa bárbara encontrada por aí... rsrsrsrsrs



Beijos e até uma próxima, meu povo !


segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Figuras de Linguagem - terceira parte



Queridos, tranquilidade na vida ? Todos bem ? Que bom !

Eba ! Finalmente a terceira parte de nossa série de Figuras de Linguagem.

Vamos comentar aquelas que se baseiam em jogos de ideias e sentimentos, conhecidas como figuras de pensamento.


Antítese → ela ocorre quando colocamos num mesmo enunciado palavras ou expressões de sentidos opostos.

Minha relação com meus pais estava ao mesmo tempo tão perto e tão longe.

A Antítese trabalha com palavras e expressões de significado oposto, quando esta oposição está no campo das ideias, e formam um contrassenso, chamamos a figura de linguagem de Paradoxo ou Oxímoro (só pra complicar...)

Ao saber de sua doença, não tentou tratamento, antes, entregou-se a agravá-la.

Não temos neste caso, textualmente, palavra ou expressão de sentido oposto, o que caracterizaria uma Antítese, mas o sentido geral mostra um contrassenso. Uma pessoa com uma doença deveria tentar curá-la, mas, inversamente, ela tenta piorar sua situação. Isto revela um Paradoxo.


Apóstrofe → quando, num texto escrito ou oral, o autor para o fluxo normal do texto e se dirige a um ser (ou seres) reais ou fictícios, temos a Apóstrofe.

Deus, ó Deus, onde estás que não respondes ?
Em que mundo, em que estrela tu te escondes
embuçado nos céus ?   (Castro Alves)

Na obra Navio Negreiro, do poeta Castro Alves, vemos o autor narrar o sofrimento dos escravos em sua viagem de vinda da África ao Brasil. Neste trecho, diante de tanta desgraça na vida dos negros, o poeta, pasmo, dirige-se ao Criador para fazer a ele perguntas de cunho filosófico, e depois retoma a narrativa. Isto se configura na figura Apóstrofe.


Eufemismo → o Eufemismo é uma tentativa de atenuar uma ideia triste, difícil de ser dita, ou ofensiva, por meio de expressões mais suaves e menos chocantes.

Esta pessoa não tem muito autocontrole diante de estresse.

Na verdade, a pessoa é descontrolada, impulsiva, até mesmo desequilibrada, mas tudo isso foi dito de maneira mais suave.

Mário era um bom rapaz, está agora na glória eterna.

Ele morreu, mas é duro dizer desta maneira.

O eufemismo está em voga nos dias atuais, por causa do politicamente correto, não é mesmo? Expressões eufemistas estão por toda parte, como afrodescendente, desfavorecido da fortuna, mentalmente incapaz, deficiente, país em desenvolvimento, melhor idade, entre outras, porque dizem que essas expressões são, de alguma forma, menos ofensivas.


Gradação → consiste no uso de palavras e expressões com ideias que aumentam ou diminuem de intensidade.

Foi difícil, triste, terrível, catastrófico ! (gradação ascendente).
A paixão avassaladora, o amor pacificador e a amizade feliz são sentimentos comuns no ser humano (gradação descendente).


Hipérbole → trata-se de todo e qualquer exagero nas expressões.

Este calor está me matando !
O mundo inteiro está vendo esta palhaçada !
Séculos se passaram até eu poder voltar à minha cidade natal.


Ironia → Nesta figura, falamos exatamente o contrário do que queremos na verdade transmitir. Na linguagem oral, a ironia é notada, além do texto, pela entonação, que revela imediatamente a intenção verdadeira do falante.

Que bonito, não é mesmo ?

Na realidade, a pessoa não acha nada bonito o que está acontecendo. Ela quer dizer exatamente o oposto, que nada está bem.

Nossa, rico do jeito que eu estou, é capaz de eu comprar um iate !

Esta pessoa está obviamente sem dinheiro pra nada...


Personificação → figura que consiste em dar vida, nos padrões humanos, a seres inanimados ou não humanos, como plantas e animais.

A lua, poderosa no céu, inspira os poetas.
O leão, como rei dos animais, governa em seu reino nas savanas.

Na verdade, inspirar e governar são atributos humanos que a lua e o leão na realidade não podem realizar. Nós comparamos e atribuímos atitudes humanas a esses seres.


Para finalizar, meu povo, existem algumas figuras que trabalham com áreas que não correspondem às figuras de palavra, de construção e de pensamento já citadas. Essas figuras utilizam-se do efeito sonoro (são ditas fonológicas) para transmitirem seu recurso expressivo. Vamos ver algumas ?


Onomatopeia → é a tentativa de imitar, através da fala ou da escrita, sons ou vozes de seres.

A criança ouvia ao longe o latido do seu cachorrinho: au, au, au !
Ela tentou pegar o copo rapidamente. Crash ! Ele despedaçou-se...
Toc, toc, toc, batia insistentemente à porta...


Aliteração → repetição proposital de um mesmo som consonantal num enunciado.

Vozes veladas, veludosas vozes
Volúpias dos violões, vozes veladas..
. (Cruz e Sousa)



Assonância → repetição proposital de um mesmo som vocálico num enunciado.

A onda anda
aonde anda
a onda?
                (Manuel Bandeira)




Tanto a Aliteração como a Assonância são recursos que trazem musicalidade e ritmo, principalmente a textos poéticos.

Caramba ! Finalmente vimos o que é mais conhecido do assunto.



Espero que vocês tenham gostado. Um beijão ! Até mais !!!






domingo, 24 de agosto de 2014

Figuras de Linguagem - segunda parte



E aí, meu povo, vocês estão assando neste calor ? Espero que aproveitem o domingo...

Mas vamos ao que interessa... mais um pouco de Figuras de Linguagem. Na postagem de ontem, falamos das principais figuras que se fixam na palavra. Hoje continuamos com as figuras que mexem com as estruturas das frases, as figuras ligadas à construção, ou à sintaxe, porque trabalham com as alterações das estruturas morfossintáticas.

Vamos a elas:


Elipse  nesta figura, suprimimos algum termo da oração, cujo sentido é conseguido pelo contexto, o que dá um certo ar de estranheza que chama a atenção do leitor, trazendo com isso o recurso expressivo:

Bolo, bom mesmo, pudim, muito melhor...

Percebam que no período acima foram retirados os verbos da oração, e também uma conjunção. O período completo seria: Bolo é bom mesmo, mas pudim é muito melhor... O fato de criarmos a elipse (a supressão de elementos sintáticos) nos faz prestar uma atenção maior ao texto.

Quando retiramos um termo já expresso anteriormente no enunciado, chamamos esta supressão de Zeugma.

Gostamos de xadrez, eles de damas (na verdade, eles gostam de damas).

Aqui, suprimimos o verbo gostar na segunda oração, que estava expresso na primeira.


Pleonasmo   é a repetição de termos sintaticamente semelhantes, ou de sentidos semelhantes, dentro de um texto, tornando-os redundantes. O objetivo é dar destaque, ênfase a este termo.

Darei à Márcia, a ela, um presente inesquecível.

Vejam que à Márcia e a ela são a mesma coisa, complementos do verbo dar, a mesma pessoa, repetiu-se para dar ênfase para quem vai receber o presente.

Observação: o uso de pleonasmo em frases clichês, já gastas pelo uso e sem valor estilístico é considerado um vício de linguagem: subir para cima, sair para fora, preferir mais, entre outras expressões, são desaconselhadas e tomadas como erros grosseiros.


Polissíndeto  é a repetição intencional do conectivo, em geral o e, para dar ênfase ou ritmo a uma sentença:

Trabalha, e teima, e lima, e sofre, e sua! (Olavo Bilac)

Outras palavras também podem ser repetidas para efeito estilístico. Neste caso, chamamos a figura de linguagem de Repetição.

Tudo, tudo parado: parado e morto. (Mário Palmério)

Se esta repetição aparece na primeira linha de cada enunciado, como num poema, por exemplo, chamamos a figura de Anáfora.

A Estrela

Vi uma estrela tão alta,
Vi uma estrela tão fria!
Vi uma estrela luzindo
Na minha vida vazia.
           (Manuel Bandeira)


Assíndeto  contrariamente ao polissíndeto, é a retirada intencional do conectivo.

Vim, vi, venci. (Júlio César)


Inversão  como o nome diz, usamos as palavras invertidas da ordem natural, conhecida como ordem direta, para darmos um ar extravagante e diferenciado ao enunciado.

Quando 900 anos você tem, tão boa aparência você não terá. (Mestre Yoda)

Nosso pequenino grande mestre jedi é especialista em inversões. As pessoas dizem que sua maneira de falar é engraçada, pois foge do convencional, e acaba sendo uma marca da personagem fictícia da saga Star Wars. Se ele falasse na ordem direta, Quando você tem 900 anos, você não terá uma aparência tão boa, suas palavras não seriam tão destacadas, não é mesmo ?

Alguns diferenciam a simples inversão do Hipérbato, que seria uma inversão em tão alto grau, que chega a atrapalhar a compreensão geral do enunciado.

Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heroico o brado retumbante. (Joaquim Osório Duque Estrada)

Muitos sentem dificuldades em entender nosso Hino Nacional, por inversões extremas (ou hipérbatos). Os versos acima são confusos por isso. Coloco abaixo em ordem direta e o sentido se esclarece de pronto:

As margens plácidas do Ipiranga ouviram o grito retumbante de um povo heroico.


Anacoluto  é a quebra da estrutura sintática iniciada e o começo de uma outra. O texto começa a falar em algo, suspende esse enunciado e inicia um outro.

O povo, quando deseja, nós podemos fazer muita coisa pelo país.

Notem que o sujeito inicial (o povo) está solto, depois da marcação quando deseja, inicia-se uma nova oração (nós podemos fazer muita coisa pelo país) e a primeira é rompida, abandonada.


Silepse  esta acontece quando fazemos a concordância não com o termo escrito, mas com a ideia associada a ele.

São Paulo é muito rica, próspera, mas mal cuidada.

Os adjetivos rica, próspera e cuidada concordam em gênero feminino com a ideia de cidade, já que São Paulo é um substantivo masculino.

A silepse é tradicionalmente de três tipos: de gênero (masculino e feminino), de número (singular e plural) ou de pessoa (concordância do verbo com o sujeito).



Ufa ! Bastante informação, não é ? Mas espero que seja esclarecedora nossa postagem. Voltamos com as últimas figuras de linguagem !


Beijos e até mais !