quinta-feira, 22 de março de 2018

Sintaxe - parte V - os termos integrantes da oração.

Bom dia, minha gente, tudo bem por aí?

Vamos continuar nossa saga? Vamos comentar a respeito dos chamados termos integrantes da oração.

Termos integrantes são os que complementam as ideias (integram, tornam a informação inteira, completa).

São eles:

a) o predicativo do sujeito: qualidade essencial que se refere ao sujeito da oração.

Lembram quando eu falei do predicado nominal, cujo núcleo é uma qualidade ou estado? Então, esse termo mais importante do predicado nominal é o famoso predicativo do sujeito. Ele também pode ocorrer no predicado verbo-nominal (eu tinha dito que o predicado verbo-nominal une uma ação verbal e uma qualidade essencial, e esta qualidade é também predicativo do sujeito, quando se referir a ele).

Exemplos: 
O dia parece tranquilo hoje. (temos um predicado nominal, já que não há ação, e a qualidade apresentada é predicativo do sujeito).

Ele dirigia nervoso no trânsito. (temos um predicado verbo-nominal, com a ação de dirigir e a qualidade essencial nervoso, que é predicativo do sujeito).

b) predicativo do objeto: também uma qualidade essencial, mas que se refere ao objeto direto, não ao sujeito.

Temos esse termo somente em predicados verbo-nominais. A qualidade essencial se refere ao objeto direto do verbo que traz a ação no predicado.

Exemplo:
O juiz julgou o réu culpado. (a qualidade essencial culpado se refere ao réu, que é o complemento do verbo julgar, seu objeto direto, e não ao sujeito juiz: é um predicativo do objeto).

c) objeto direto: complemento do verbo transitivo direto.

Quando temos um verbo transitivo direto (que precisa de complemento sem preposição), o complemento desse verbo é chamado de objeto direto.

Exemplo:
Eu vi sua irmã no mercado. (quem vê, vê alguém ou algo, no caso sua irmã, complemento do verbo transitivo direto ver; é um objeto direto).

d) objeto indireto: complemento do verbo transitivo indireto.

Quando temos um verbo transitivo indireto (que precisa de complemento com preposição), o complemento desse verbo é chamado de objeto indireto.

Exemplo:
Elas precisam de dinheiro. (quem precisa, precisa de alguém ou de algo, no caso de dinheiro, complemento preposicionado do verbo precisar; é um objeto indireto).

e) complemento nominal: completa um nome (substantivo, adjetivo, até mesmo um advérbio) e nunca um verbo. Ele se assemelha ao objeto indireto, porque também é introduzido por preposição.

Devemos simplesmente verificar, se o complemento se refere a verbo, chamamos de objeto; se ele se refere a palavra que não é verbo, chamamos de complemento nominal.

Exemplo:
Os rapazes tinham inveja do seu colega. (quem tem, tem algo, no caso aqui, inveja, que é o objeto direto do verbo ter;  se dizemos que os rapazes tinham inveja, nossa oração continua incompleta, apesar do objeto direto; temos de dizer inveja de quem eles tinham; a palavra inveja também precisa de um complemento para ter sentido completo, mas esse complemento, que é preposicionado, inveja do seu colega, completa uma palavra que não é o verbo ter, e sim o substantivo inveja; é um complemento nominal).

f) agente da passiva: na voz passiva analítica (aquela em que o sujeito recebe a ação descrita pelo verbo), é o ser que pratica a ação, introduzido pela preposição por e suas contrações.

Exemplo:
A lei foi aprovada pelo Congresso Nacional. (neste caso, o sujeito a lei recebe a ação de ser aprovada, é um sujeito paciente; quem faz a ação de aprovar é o Congresso Nacional, introduzido pela contração pelo; quem realiza a ação na voz passiva é o chamado agente da passiva).

Ufa! Mais informações na próxima semana: termos acessórios da oração.

Dúvidas, mandem e eu respondo, está bem? Até a próxima, meu povo! Beijos!

domingo, 11 de março de 2018

Sintaxe - parte IV - a predicação (predicados nominal, verbal e verbo-nominal) - estrutura.

Olá, minha gente, tudo bem?

Vamos continuar a saga sobre a Sintaxe - período simples.

Continuando nossa caminhada, vamos falar sobre a predicação, isto é os tipos de predicado (com mais detalhes) e as estruturas de cada um.

Vamos lá?

Como disse na postagem anterior, existem três predicados: nominal, verbal e verbo-nominal.

O predicado nominal indica estado ou qualidade. Neste predicado, o que traz a informação principal é o termo que indica esse estado ou qualidade. O verbo não é o núcleo do predicado, porque é vazio de sentido. Ele só tem a função de ligar o sujeito a essa informação importante (estado ou qualidade). Por isso, nos predicados nominais os verbos são classificados como verbos de ligação.

Ex.: Os alunos pareciam cansados no final da aula.

Parecer liga o sujeito (os alunos) à informação mais importante do predicado (cansados). É classificado como verbo de ligação. Vemos que os núcleos de predicados nominais são sempre os nomes (adjetivos e substantivos), e não os verbos.

O predicado verbal indica ação ou fenômeno. Sua base é a ação verbal, sendo o verbo o núcleo desse predicado. Quanto ao verbo, sintaticamente o analisamos segundo os parâmetros abaixo, em relação à sua transitividade:

a) o verbo pode ser intransitivo: a ação não transita do verbo para nenhum outro termo. O verbo traz em si toda a informação básica necessária. Tudo que vier além dele explica melhor a situação, é acessório, mas o verbo não precisa de complemento essencialmente.

Ex.: A menina desmaiou.

A ação de desmaiar já indica completamente o que aconteceu. Se falássemos que a menina desmaiou de fome, ou na calçada, as informações seriam acessórias, pois o essencial já foi declarado apenas com o verbo. Dizemos, então, que desmaiar é um verbo intransitivo.

b) o verbo pode ser transitivo direto: a ação transita do verbo para um complemento, que é ligado diretamente a esse verbo e completa o seu sentido.

Ex.: Todos viram a menina desmaiada.

A ação de ver não é completa em si mesma. Se disséssemos somente que todos viram, fatalmente haveria a pergunta: viram quem? ou viram o quê? Isso indica que o verbo ver precisa de um complemento obrigatório, no caso a menina desmaiada, e esse complemento essencial à lógica da informação vem diretamente depois do verbo, sem nada que os separe: está ligado diretamente. Por isso o verbo ver é classificado como verbo transitivo direto.

c) o verbo pode ser transitivo indireto: a ação transita do verbo para um complemento, mas neste caso o complemento é ligado indiretamente ao verbo por meio de uma preposição.

Ex.: Pensamos em bons presentes de Natal.

Quando dizemos que pensamos, ocorre a mesma pergunta que vimos no item anterior, pois o verbo não tem sentido sozinho. Mas agora a pergunta é introduzida por uma preposição: pensamos em quem? ou pensamos em quê? ou pensamos no quê? Bons presentes de Natal, nosso complemento, é ligado de maneira indireta ao verbo pensar por meio da preposição "em". Temos nesse exemplo um chamado verbo transitivo indireto, que precisa de complemento introduzido por preposição.

d) o verbo pode ser transitivo direto e indireto: a ação transita do verbo para dois complementos, um ligado diretamente ao verbo, o segundo ligado indiretamente por meio de preposição.

Ex.: O correio entregou a encomenda para meu primo.

No caso, entregar não tem sentido sozinho, precisamos de complementos. A pergunta novamente vem de maneira automática: entregou o quê? Entregou o presente (ligado diretamente). Mas a pergunta continua: entregou o presente para quem? Percebem que entregar pede dois complementos, e o segundo é introduzido por preposição (para), ou seja, é indireto? Então, entregar é analisado como verbo transitivo direto e indireto.

O predicado verbo-nominal une os dois núcleos (verbal e nominal) numa só oração. Ele tem sempre um verbo de ação (intransitivo ou transitivo e seus complementos) seguido de um estado ou uma qualidade essencial.

Ex.: A criança chegou ao hospital febril.

Vemos no caso uma ação (chegar - núcleo verbal), que precisa de complemento (chegou aonde?), introduzido pela preposição "a". É um verbo transitivo indireto. Mas também temos uma segunda informação importante, um estado, indicado pela palavra febril, que é um núcleo nominal. Assim funciona sempre esse tipo de predicado, ação e estado/qualidade unidos na mesma oração.

Não é difícil, não é mesmo? E, se for, entrem em contato!

Na próxima iniciamos o estudo das classificações dos termos integrantes das orações.

Um beijo e até mais!


sexta-feira, 2 de março de 2018

Sintaxe - parte III - os termos essenciais da oração.

Bom dia, minha gente, tudo bem?

Como prometido, vamos continuar nossa explicação sobre os elementos de Sintaxe.

Hoje é dia de termos essenciais da oração, bebê!

Como havia dito, termos essenciais são aqueles principais, que formam praticamente todas as orações. Digo praticamente porque, na verdade, somente um deles é essencial e sempre aparece em todas as orações. Mas vamos ver isso já, já.

Os termos essenciais da oração são: sujeito e predicado.

Sujeito é o ser do qual se declara algo. Quando dizemos "Maria saiu cedo", estamos declarando algo a respeito de Maria. Então, Maria é o sujeito. Em termos práticos, localiza-se o sujeito de uma oração quando fazemos uma pergunta (quem ou o quê) ao verbo. A resposta é automaticamente o sujeito da oração.
Exemplos:
Chegamos à praia. Quem chegou? Nós (sujeito).
O rapaz e a moça compraram uma casa. Quem comprou? O rapaz e a moça (sujeito).
A casa amarela é muito antiga. O que é muito antiga? A casa amarela (sujeito).

Simples, não é?

Por tradição, existem classificações dos sujeitos:
a) sujeito simples: o que tem um só núcleo.
Ex.: Eu estou faminto.

b) sujeito composto: o que tem dois ou mais núcleos.
Ex.: O amor e o ódio andam de mãos dadas.

c) sujeito oculto, elíptico ou desinencial: o que não está expresso na oração, mas localizamos pela desinência (terminação) do verbo.
Ex.: Vi sua irmã ontem (eu).
        Tivemos muitas dúvidas sobre o trabalho (nós)

Obs.: A NGB (Nomenclatura Gramatical Brasileira) não apresenta este tipo de sujeito que, na verdade, é um sujeito simples.

d) sujeito indeterminado: o que não está expresso, mas não pode ser localizado, diferentemente do sujeito oculto.
Gramaticalmente, ele é formado a partir de duas construções:
- verbo na terceira pessoa do plural:
Ex.: Roubaram minha carteira. (alguém roubou, mas não se sabe quem foi).
- verbo na terceira pessoa do singular mais o pronome "se" (índice da indeterminação do sujeito).
Ex.: Come-se bem naquele restaurante. (muita gente come, mas não sabemos quem nesta oração).

Agora devemos falar das orações sem sujeito. Existem declarações que são feitas e que não se referem a nenhum sujeito. Nesses casos, dizemos que as orações são sem sujeito, porque há somente predicados nelas (por isso eu disse no começo que, na verdade,  só um termo é essencial, o predicado, porque há orações sem sujeito).

Temos orações sem sujeito em alguns casos:
a) verbos que indicam fenômenos da natureza (amanhecer, anoitecer, chover, nevar, entre outros).
Ex.: Chovia muito naquela época.

b) verbos impessoais (que não se referem a nenhum sujeito): haver (quando significa existir), fazer (quando indica tempo passado), ser (quando indica tempo), estar (quando indica tempo e temperatura).
Ex.: Havia muitas pessoas na sala.
        Faz muitos dias que ele saiu.
        É tarde.
        Está calor aqui hoje.

Bem, sobre o predicado. Predicado é aquilo que se declara em relação ao sujeito. No caso das orações sem sujeito, ele é a declaração feita.

Os predicados podem ser de três tipos:
a) predicado nominal: indica estado ou qualidade do sujeito. É formado por verbos que não indicam ação, como ser e estar, entre outros, que estudaremos em outro momento, está bem?
Ex.:  A criança está adoentada. (indica um estado da criança).
         Somos muito espertos. (indica uma qualidade).

b) predicado verbal: indica uma ação realizada pelo sujeito.
Ex.: Fomos ao cinema ontem.
        O rapaz viu um belo cachorro no canil.
        Gostamos daquele prato do restaurante.
        Dei um bom conselho àquela menina.

c) predicado verbo-nominal: temos ação e estado juntos na mesma oração.
Ex.: Todos saímos cansados do plantão. (sair é ação e cansados é estado).

Na próxima falamos sobre as classificações dos termos integrantes. Até lá, beijos!