segunda-feira, 30 de junho de 2014

Lista de obras de literatura da Fuvest - Viagens na Minha Terra


Meu povo, tudo bem por aí ?

Vamos continuar a falar das obras da lista da Fuvest ?


Hoje é dia de falarmos de Almeida Garrett e sua obra Viagens na Minha Terra.

Bem, muitos estudantes brasileiros não conhecem Almeida Garrett, mas, depois dos dados que vou passar, a visão vai mudar.

João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett (nome de nobre, compriiiido...) foi natural da cidade do Porto (1799). Juntamente com Castilho, Alexandre Herculano e Camilo Castelo Branco, é um dos maiores expoentes do Romantismo em Portugal.

Sua obra se estende pela poesia, prosa, teatro, oratória (a arte de bem falar) e jornalismo. Ufa ! Ele era muito chique, não é mesmo ?

Ele fez parte do primeiro momento romântico português, que tinha como características:

- o nacionalismo (como reação à invasão de Napoleão e ao neoclassicismo); para firmar o patriotismo, o romântico português busca suas raízes na época medieval (medievalismo);

- uma preferência pelo romance de cunho histórico, mesclado ou não com histórias de ficção;

- o sentimentalismo romântico, que às vezes chega às raias do exagero, e a morte como solução dos problemas.

  
Na verdade, Garrett é detentor de algumas marcas importantes:

Foi ele quem inaugurou o Romantismo em Portugal, com o poema Camões.

Também foi ele quem escreveu o primeiro texto em prosa moderna de Portugal: Viagens na Minha Terra (1843-1845).

O romance, de cunho histórico, é fundamentado numa viagem que o próprio Garrett fez a Santarém, em 1843, e inspirado numa obra do escritor francês Xavier de Maistre, Viagem à Roda de meu Quarto (1793).

Ele narra a viagem de maneira dissertativa, descrevendo tudo aquilo que vê durante seu trajeto. Vai, aos poucos, dando sua opinião sobre os mais variados assuntos.

Além disso, temos a aparição, em dado momento, da história de amor entre Carlos e Joaninha, que mostra todo o sentimentalismo do romantismo imperante. Eles são dois adolescentes que estão no meio de uma relação de amor de juventude. Joaninha ama Carlos que, por sua vez, ama Georgina. Bem à moda romântica, os problemas amorosos acabam com um desfecho trágico: Joaninha morre, Georgina entra para um convento e Carlos, agora sozinho, envereda pela política.

Eis um pequeno trecho do romance (a parte de tragédia amorosa, é claro, hehehe...)

[...] Carta de Carlos a Joaninha:

Chegamos ao lnn (estalagem), triste casa solitária no meio dos campos à borda da estrada. A mala
chegava ao mesmo tempo quase.
Eu dei a mão a Laura para sair da caleche e entrar no coche; e apenas tivemos tempo para um convulsivo shake-hands e para nos dizer adeus! adeus! com a afetada secura que exige a lei das conveniências britânicas. A mala partiu ao grande trote... E dir-te-ei a verdade ou queres que minta? Não, hei de dizer-te a verdade. Pois senti como um alívio desesperado, uma consolação cruel em a ver partir. Senti o que imagino que deve sentir um enfermo depois da operação dolorosa em que lhe amputaram parte do corpo com que já não podia viver e que era forçoso perder ou perder a vida.
Também deve ser assim a morte: um descanso apático e nulo depois de inexplicável padecer.
Era como morto que eu estava; não sofria, pois.
E já não pensava em ti, já te não via na minha alma: eu não existia, estava ali.
Voltamos ao parque; apeei silenciosamente as minhas duas gentis companheiras, e eu fui só, a pé,
com passo firme e resoluto para a minha habitação. Nenhuma delas me procurou reter, nem me disse nada, nem tentou consolar-me. Para quê? [...]


Tragédia e romantismo são sempre uma coisa, não é mesmo ?


Bem, aguardem a próxima obra a ser explicada por aqui. Beijos e até mais !

domingo, 29 de junho de 2014

Nova Reforma Ortográfica - Parte II


E aí, minha gente, tudo tranquilo ?


Vamos continuar nossa série sobre a Nova Reforma Ortográfica ?


Hoje dedicamos toda a postagem para o hífen, que anda causando problemas sérios para as pessoas...


Vamos ver as novas regras do seu uso ?


As regras de utilização do hífen apresentam ainda algumas dúvidas que deverão ser sanadas até o ano 2016. 

Passaremos somente as regras gerais de utilização, sendo sempre aconselhável, em caso de dúvida, a verificação da grafia num dicionário ou na nova versão do VOLP. 

Não anotaremos aqui exceções, pois este resumo visa a dar somente uma noção das mudanças ocorridas, beleza ?


Com prefixos, usa-se sempre o hífen se a palavra começar com a letra h:       

anti-higiênico, sobre-humano


Não se usa mais hífen se o prefixo terminar em vogal e a palavra iniciar com uma vogal diferente

autoajuda, infraestrutura, extraescolar, semiaberto


Não se usa o hífen se o prefixo terminar por vogal e a palavra iniciar por consoante diferente de s ou r: 

semicírculo, autopeça, ultramoderno, semideus, geopolítica;


Não se usa hífen quando o prefixo terminar por vogal e a palavra iniciar por s ou r. Neste caso, estas letras são dobradas: 

antirrugas, contrassenso, ultrassom


Usa-se o hífen se o prefixo terminar por vogal e a palavra iniciar com a mesma vogal

anti-inflamatório, micro-ondas, contra-ataque


Usa-se o hífen se o prefixo terminar por consoante e a palavra iniciar com a mesma consoante

inter-racial, super-resistente, sub-bibliotecário, hiper-romântico


Quando o prefixo terminal por consoante e a palavra iniciar por vogal, não se usa hífen: 

hiperativo, superamável, interescolar


Nos demais casos, não se usa o hífen: 

supermercado, intermunicipal, superlegal.


Observação: recomendamos que sejam verificados em dicionários atualizados com as novas normas, ou no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, casos especiais com os prefixos pré, pós, circum, co, ex, além, aquém, vice, entre outros, que possuem regras específicas. 


Colocamos aqui somente as normas gerais, o que vai ajudar vocês a começarem a usar o hífen de maneira mais fácil.


Bem, ainda faremos uma última postagem para falar de problemas que causam uma certa controvérsia com a Nova Ortografia, está bem ?, e, dentre estes, alguns com o hífen também...


Mas acredito que já temos muita coisa para estudar até aqui...


Beijos e até uma próxima ! 

Nova Reforma Ortográfica - Parte I

Minha gente, vocês estão bem ?

Começaremos hoje uma série para falar da Nova Reforma Ortográfica.

Apesar de ainda conviverem as duas ortografias, é interessante que a gente já comece a usar  a nova ortografia, para que possamos estar prontos quando ela começar a vigorar como única...

Vamos lá ver isso?


O Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa entrou em vigor a partir do ano de 2009, apesar de estar pronto desde 1990.

Até o ano de 2016, as duas grafias poderão conviver e, findo este prazo,  os falantes de língua portuguesa deverão já ter acesso e utilizar as novas regras; todas as publicações deverão também segui-las.

Passamos aqui somente as mudanças de uso mais comum, sendo que alguns casos devem ser vistos num dicionário atualizado ou no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa.


O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k, w e y, já que o uso de palavras estrangeiras, abreviaturas e símbolos com estas letras sempre foram usados no português:

Exemplos: 1 kg de carne, kardecista, ketchup, lâmpada de 50 watts, website, W (símbolo do tungstênio), yakisoba, yin-yang, yuppie  etc.


O trema ( ¨ ) foi abolido da língua, sendo mantido somente em palavras de origem estrangeira que ainda sejam usadas no português, como o sobrenome Müller.

Como era                               Como ficou
lingüiça, freqüentar              linguiça, frequentar


Não se utiliza mais o acento nos ditongos éi e ói, quando estiverem na penúltima sílaba. Mantém-se, no entanto, se eles se encontrarem na última sílaba (herói, papéis).

Como era                                Como ficou
idéia, heróico                         ideia, heroico


Nas palavras paroxítonas, não se acentuam mais os i e u tônicos que vêm após ditongos, mas manteremos o acento caso eles se apresentem na última sílaba (Piauí).

Como era                               Como ficou
baiúca, feiúra                         baiuca, feiura    


Não se usa mais o acento nos grupos -êem, -ôo.

Como era                               Como ficou
dêem, perdôo                             deem, perdoo 


Não se usa mais o acento diferencial nos pares para/pára, pera/pêra, polo/pólo, pelo/pêlo, pela/péla.

Como era                               Como ficou
O gato tem pêlo branco       O gato tem pelo branco
Ele não pára quieto              Ele não para quieto
O Pólo Norte                         O Polo Norte


Atenção:

- mantém-se o diferencial pode/pôde entre o presente e o pretérito perfeito do Indicativo do verbo poder;

- mantém-se o diferencial do par por (preposição) e pôr (verbo);

- mantém-se o diferencial dos verbos ter e vir e seus compostos.

Exemplos: Ele tem, eles têm, ele mantém, eles mantêm, ele vem, eles vêm, ele intervém, eles intervêm;

- o diferencial do par forma/fôrma é de uso facultativo.


Vamos começar a aplicar as regrinhas acima ?

Logo, logo, continuaremos com mais informações da Reforma Ortográfica.



Beijão, meu povo, até mais !

sábado, 28 de junho de 2014

Lista de obras de literatura da Fuvest - Capitães da Areia


Olá, minha gente, tudo bem por aí ? Espero que sim.

Continuando nosso projeto de auxílio aos vestibulandos, vamos começar, a partir de hoje, a falar um pouco sobre as obras de literatura da lista da Fuvest deste ano.


E, para início de conversa, vamos falar de Capitães da Areia:

Sob a Lua, num velho trapiche abandonado, as crianças dormem. Antigamente aqui era o mar. Nas grandes e negras pedras dos alicerces do trapiche as ondas ora se rebentavam fragosas, ora vinham se bater mansamente. A água passava por baixo da ponte sob a qual muitas crianças repousam agora, iluminadas por uma réstia amarela de lua.


Assim começa o romance de Jorge Amado.

Lançado em 1937, ele é considerado um romance da primeira fase do escritor baiano, repleto de lirismo e de ideologias políticas, e mostra uma fase de influência das lutas sociais e proletárias.


Nessa época, Jorge Amado, talvez por influência de sua amiga Rachel de Queiroz, engaja-se na luta política, participando por muito tempo do Partido Comunista, sendo por isso exilado por um período.


O Brasil vivia uma época de conflitos, marcada pela luta de classes, sob o Estado Novo de Getúlio Vargas.


Capitães da Areia narra a história dos menores abandonados das ruas de Salvador, durante uma epidemia grave de varíola que assola a cidade, que têm de sobreviver por meio de pequenos furtos ou golpes dados nas pessoas. Eles são caçados e perseguidos pela polícia, que tenta prendê-los e os submetem, quando encontrados, a mal trato e tortura. Dos grupos de menores, o mais famoso e temido é o dos Capitães da Areia, que levam este nome por se esconderem em meio dos areiais das praias do cais. O grupo vive num trapiche abandonado, sob a autoridade de seu chefe, Pedro Bala, o estrategista e o mais corajoso de todo o grupo. Depois que Pedro ascendeu ao cargo de chefe, o grupo aumentou e se tornou muito famoso.


O romance transcorre com a narração das aventuras dos membros do grupo, mostrando seus dramas pessoais e sonhos, e evidencia um lirismo às vezes emocionante. Também fala de política, da luta de classes, e finaliza com Pedro Bala engajado na luta social, descobrindo finalmente para que ele tinha vindo neste mundo. Existe uma crítica que sentimos no livro, como se a sociedade, e as pessoas, naturalmente, fossem as responsáveis pela situação dos menores, que no fundo só queriam ter o aconchego e o amor de uma família. E a solução para todos estes problemas só pode ser uma: lutar por uma sociedade igual !


Outras personagens belas aparecem no livro: João Grande, o braço direito de Pedro, o Professor, respeitado por seus conhecimentos, o Volta Seca, que odeia os policiais e quer ser cangaceiro, o Gato, o malandro baiano que é sustentado por uma prostituta, o Sem-Pernas, sarcástico e profundamente marcado por ser coxo e abandonado, o Pirulito, que quer ser padre, Dora, a única mulher do grupo, mãe de todos e amor de Pedro, entre outros.


A linguagem de Jorge Amado, por ser muito simples e direta, facilita a leitura de seus romances, o que lhe rendeu críticas severas dos especialistas, que diziam que suas obras eram inconsistentes e com deslizes grandes de linguagem. Apesar dos críticos, Jorge Amado é um dos autores brasileiros mais lidos e traduzidos do mundo.


O autor pinta com cores fortes os aspectos de sua terra natal em seus romances sociais, mostrando a vida dos marginais da sociedade, no cais, no porto, nas vielas e ladeiras da Cidade Baixa, nos bordéis e candomblés, o que o tornou muito popular. E Capitães de Areia, por muitas vezes, parece poesia em prosa.


Bem, espero que este pequeno resumo os auxilie a buscar mais informações sobre esta obra, bem como outras de nossa literatura. E, claro, ler o livro, se puderem !

A gente se encontra em outra oportunidade, com mais informações, ok ?


Um beijão e até mais !

Negação com pronomes complementos e colocação em relação ao verbo - e dá-lhe francês !!!


Salut, mes amis ! Ça va ?

Bem, como prometido, vamos terminar nossos posts sobre os pronomes complementos.

Vamos falar sobre a negação com estes pronomes e qual a ordem lógica de colocação deles em relação aos verbos.


Bem, a negação em francês se dá com a colocação do elemento de negação ne na frente do verbo (se for tempo simples) ou do auxiliar (no caso de tempo composto) e a outra palavra negativa (pas, rien, plus, jamais etc) fica logo depois do verbo ou auxiliar.

Quando temos um pronome de complemento junto dos verbos, eles nunca ficam separados. Então, a partícula ne deve ser colocada antes dos pronomes. Vamos a alguns exemplos.

Elle lui téléphone rarement. Elle ne lui télephone pas fréquemment.
Nous ne parlons pas français au travail. Nous ne le parlons pas car l’entreprise est américaine.
Elle nous a parlé il y a un mois. Elle ne nous a pas parlé la semaine dernière.
Marie n’a pas acheté de macarons. Elle n’en a pas eu envie de manger.
Elle s’est regardée au miroir. Elle ne s’est pas regardée au miroir.
Il y a des fleurs partout dans le jardin. Il n’y a pas d’espace pour l’herbe.


Até aí está fácil, não é ? Então vamos ver como colocar mais de um pronome complemento em relação ao verbo.

Comecemos com nosso bom português. Na nossa língua, nunca usamos mais de um pronome complemento juntos, porque isso soa, atualmente, de maneira estranha. Vou explicar como funciona para que vocês possam compreender como o francês trabalha com isso, pois para eles, como para nossos primos lusitanos, é bem mais comum este uso.

Quando temos verbos bitransitivos (que pedem dois complementos para terem sentido completo, um com e outro sem preposição), como por exemplo enviar, em português nós substituímos às vezes um desses objetos por um pronome, mantendo o outro:

José enviou a carta (COD) ao seu amigo Pedro (COI).
José enviou-a ao seu amigo Pedro (substituímos o objeto direto – a carta –  por a).
José enviou-lhe a carta (substituímos o objeto indireto – ao seu amigo Pedro –  por lhe).

Isto é comum. Mas vocês sabiam que podemos substituir os dois ao mesmo tempo na nossa língua ? Os portugueses ainda o fazem, e podemos encontrar exemplos na nossa literatura mais antiga. Na frase acima, se substituirmos os dois complementos teremos:

José lha enviou (juntamos o lhe + o a numa contração = lha). Bizarro, não é ? Mas podem acreditar, isto existe e é português...

O mesmo ocorre com: Meu pai nos (COI) deu um carro (COD). Ele no-lo deu por ocasião de nosso aniversário de casamento (deu-o para nósno-lo).

Acho que alguns vão agradecer por não usarmos isso... hehehe...


Mas os franceses usam...

Eles falariam assim nosso primeiro exemplo em francês:

José a envoyé une lettre (COD) à son ami Pedro (COI).

Substituindo:


José la (COD) lui (COI) a envoyée.


Bem, para facilitar nossa vida, abaixo coloco um quadro para mostrar a ordem dos pronomes complementos em relação ao verbo:


sujeito  →  pron. oblíquos  →  COD  →  COI  →  y  →   en   →  verbo   


Só para recordar, vamos a uma explicação rápida sobre os pronomes oblíquos, já que não fiz uma postagem sobre eles. São os pronomes que correspondem às pessoas do discurso - eu, tu, ele, nós, vós, eles. Eles podem ser objetos diretos, indiretos, pronomes reflexivos ou recíprocos. Coloco aqui os que aparecem na primeira posição acima, apesar de em português existirem outros.
São eles: me, te, se, nos, vos, se. Em francês: me, te, se, nous, vous, se.

Alguns exemplos de colocação para esclarecer ? É só ver o tipo de complemento e substituir respeitando a ordem acima. 


Il a parlé de cette question (en) à nous (nous)     Il nous en a parlé.
Tu as demandé la réponse (la) à lui (lui) ?  →   Tu la lui as demandée ?
Il n’y (y) a plus de journaux (en) au kiosque.  →   Il n’y en a plus.
Il répare la voiture (la) pour moi (me). →   Il me la répare.
Marie a acheté des macarons (en) pour Jean (lui)  →  Elle lui en a acheté.
Il a envoyé Marie et Anne (les) à Nice (y) pour étudier.  Il les y a envoyées pour étudier.


Para finalizar, quando tivermos dois pronomes juntos, a negação segue a norma: a partícula ne vai antes dos dois pronomes, OK ?

Il répare la voiture (la) pour moi (me). →   Il me la répare.
Il ne répare pas la voiture (la) pour moi (me). →   Il ne me la répare pas.

Tu as demandé la réponse (la) à lui (lui) ?  →   Tu la lui as demandée ?
Tu n'as pas demandé la réponse (la) à lui (lui) ?  → Tu ne la lui as pas demandée?


Nossa, quanta coisa, né ? Mas acredito que tenha esclarecido as dúvidas sobre o assunto.


Merci de votre attention ! À toute à l´heure ! Bises !

sexta-feira, 27 de junho de 2014

Coesão e coerência no texto - redação é uma coisa enrolada...


Olá, minha gente, tudo bem por aí ?

Vamos começar também a abordar, no nosso espaço, temas que são sempre um problema, principalmente para os vestibulandos, que estão às voltas com os perrengues, segundo eles insolúveis, de redação.

E redação é um assunto que requer mais atenção por parte de alunos e professores. Sempre digo que, quando era no meu tempo de estudo fundamental, nós tínhamos por hábito fazer as antigas “composições”, como eram chamadas as redações...

Fazíamos com uma certa frequência que não vemos mais hoje em dia. Praticamente, os alunos atuais não têm o hábito de escrever, e isso se reflete negativamente em sua performance nas redações de vestibulares.

Isto também ocorre com os universitários, que têm de fazer relatórios, trabalhos acadêmicos de toda a ordem, e os adultos, que já trabalham e que precisam criar textos diversos e se perdem muito na hora de escrever.

Bem, pensando nisso, vamos começar a falar dos problemas relacionados com a criação textual.


Escolhi para hoje um tema que confunde muito os alunos: a coesão e a coerência textuais.

Quantos de vocês já ouviram falar que devem elaborar textos com coesão e coerência, que isto vale uma pontuação grande nas redações, e que, na verdade, vocês não têm a mínima ideia do que se trata ? Vamos esclarecer.


A coesão textual faz parte da estrutura, digamos física, do texto. É como se o seu texto fosse uma camisa, formada por partes separadas e que devem ser costuradas entre si, para que exista uma camisa inteira, completa. Dizemos que um texto é coeso
quando as partes têm ligação entre si, estão bem “amarradas”, e formam um texto íntegro. Coeso quer dizer unido.

Para tanto, devemos sempre verificar se os parágrafos do nosso texto estão conectados, se existe uma ligação entre as partes, para que não pareça que escrevemos coisas soltas e juntamos, e que na verdade tenhamos escrito um texto tipo Frankenstein.

Para termos coesão, lançamos mão do uso de alguns tipos de palavras (que chamamos de conectores) para interligar os parágrafos, para que estes não fiquem isolados uns dos outros. Os conectores mais comuns são as conjunções e os pronomes, mas podemos usar outras classes gramaticais para isso.


Já a coerência textual trabalha no nível das ideias. Dizemos que o texto é coerente quando ele segue uma linha de raciocínio lógica. Coerente quer dizer lógico.

Então, as ideias de um texto devem seguir uma linha coerente de pensamento. Não podemos dizer uma coisa no começo do nosso texto e depois desdizer aquilo. Por exemplo, quando falamos que a roupa que Maria usava era uma saia azul e uma camisa, não podemos logo em seguida falar que ela estava com um vestido vermelho... isto é falta de coerência. As ideias devem ter um fio condutor que leve o leitor a uma conclusão e um entendimento lógicos do texto.

Por causa disto, é essencial vermos se não estamos nos contradizendo quando escrevemos nosso texto, se as ideias seguem um caminho racional, para que não fique incoerente.


Sempre digo que a coesão é o corpo e a coerência, a alma... elas devem coabitar no texto de maneira harmônica, para que ele seja compreensível e bem estruturado.


Bem, por hoje é isso aí... voltaremos para falar mais profundamente sobre como usar os conectores lógicos para manter a coesão e a coerência nos textos.

Espero que tenham esclarecido estes dois temas e aproveitado a postagem.

Qualquer dúvida, contatem pelo e-mail ou Facebook !


Um beijo e até a próxima !!!

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Infinitivo flexionado ou não flexionado ? Ai, que dificuldade...


Vamos tirar hoje uma dúvida grande de quase todas as pessoas: quando usamos o infinitivo flexionado e o não flexionado ?

Devemos dizer “é preciso eles se amarem” ou “é preciso eles se amar” ?

Vamos saber como sair desta enrascada...

Bem, primeiramente, vamos mostrar os dois infinitivos:

O não flexionado, como o nome diz, tem uma forma só: estar, ser, amar etc.

O flexionado muda conforme as pessoas do discurso:

estar, estares, estar, estarmos, estardes, estarem
ser, seres, ser, sermos, serdes, serem
amar, amares, amar, amarmos, amardes, amarem


Bem, vamos aos usos:


O Infinitivo não flexionado deve ser usado:

1 - quando é impessoal, ou seja, quando indica um fato geral, sem que ele se refira a um sujeito:

É importante para todos colaborar pela causa do bem.

2 – se ele equivale a um verbo no Imperativo:

Sair cedo, é o que você deve fazer !

3 – quando o infinitivo forma uma oração que complementa um substantivo ou um adjetivo:

Temos a obrigação de ajudar nossos pais.
Ela não é capaz de perdoar o seu erro.

4 – quando ele forma uma locução verbal (forma um grupo de dois ou mais verbos com um só sentido), sendo que um deles já é flexionado:

Eles conseguiram avisar todas as pessoas sobre a reunião.

5 – quando ele está acompanhado pelas preposições a ou de e forma locução verbal com os verbos estar, começar, entrar, continuar, acabar, tornar, ficar, entre outros:

Ela começou a falar sem parada.
Nós ficamos de averiguar o problema.
Todos acabaram de sair.
Nós tornamos a tentar contato com ele.

6 – se ele tiver como sujeito um pronome oblíquo e for objeto direto dos verbos deixar, fazer, mandar, ver, ouvir e sentir:

Faça-os entrar.
Ouço-as chegar.
Mande-os esperar um pouco.


O Infinitivo flexionado deve ser usado:

1 – quando ele tem um sujeito próprio, diferente do sujeito da oração principal:

Eu alugaria a casa para eles morarem (sujeitos diferentes).
Ela ficou quieta, enquanto observava nós discutirmos o assunto (sujeitos diferentes).

2 – quando vier precedido de preposição, principalmente se preceder o verbo da oração principal:

Para não termos surpresas, devemos ficar atentos.

3 – se for verbo passivo, reflexivo ou pronominal:

Ela saiu dizendo que não era bom eles serem vistos juntos (passivo).
Viviam juntos sem se conhecerem (reflexivo).
Elas pediram licença para se lavarem antes do jantar (pronominal).

4 – sempre que for necessário deixar bem marcado qual o sujeito da oração.

Era melhor terem feito isso logo (eles terem feito).
Era melhor ter feito isso logo (eu/ele ter feito).


Observação: com os verbos ver e parecer, o uso do infinitivo ― flexionado ou não ― é aceito:

Via-se reluzirem as luzes da noite.
Viam-se reluzir as luzes da noite.
Parecia estarem muito preocupados.
Pareciam estar muito preocupados.



É isso aí. Espero que tenha ficado mais claro pra todo mundo.

Dúvidas ? Entrem em contato por e-mail ou Facebook.


Beijo, meu povo, até a próxima !