sábado, 28 de junho de 2014

Lista de obras de literatura da Fuvest - Capitães da Areia


Olá, minha gente, tudo bem por aí ? Espero que sim.

Continuando nosso projeto de auxílio aos vestibulandos, vamos começar, a partir de hoje, a falar um pouco sobre as obras de literatura da lista da Fuvest deste ano.


E, para início de conversa, vamos falar de Capitães da Areia:

Sob a Lua, num velho trapiche abandonado, as crianças dormem. Antigamente aqui era o mar. Nas grandes e negras pedras dos alicerces do trapiche as ondas ora se rebentavam fragosas, ora vinham se bater mansamente. A água passava por baixo da ponte sob a qual muitas crianças repousam agora, iluminadas por uma réstia amarela de lua.


Assim começa o romance de Jorge Amado.

Lançado em 1937, ele é considerado um romance da primeira fase do escritor baiano, repleto de lirismo e de ideologias políticas, e mostra uma fase de influência das lutas sociais e proletárias.


Nessa época, Jorge Amado, talvez por influência de sua amiga Rachel de Queiroz, engaja-se na luta política, participando por muito tempo do Partido Comunista, sendo por isso exilado por um período.


O Brasil vivia uma época de conflitos, marcada pela luta de classes, sob o Estado Novo de Getúlio Vargas.


Capitães da Areia narra a história dos menores abandonados das ruas de Salvador, durante uma epidemia grave de varíola que assola a cidade, que têm de sobreviver por meio de pequenos furtos ou golpes dados nas pessoas. Eles são caçados e perseguidos pela polícia, que tenta prendê-los e os submetem, quando encontrados, a mal trato e tortura. Dos grupos de menores, o mais famoso e temido é o dos Capitães da Areia, que levam este nome por se esconderem em meio dos areiais das praias do cais. O grupo vive num trapiche abandonado, sob a autoridade de seu chefe, Pedro Bala, o estrategista e o mais corajoso de todo o grupo. Depois que Pedro ascendeu ao cargo de chefe, o grupo aumentou e se tornou muito famoso.


O romance transcorre com a narração das aventuras dos membros do grupo, mostrando seus dramas pessoais e sonhos, e evidencia um lirismo às vezes emocionante. Também fala de política, da luta de classes, e finaliza com Pedro Bala engajado na luta social, descobrindo finalmente para que ele tinha vindo neste mundo. Existe uma crítica que sentimos no livro, como se a sociedade, e as pessoas, naturalmente, fossem as responsáveis pela situação dos menores, que no fundo só queriam ter o aconchego e o amor de uma família. E a solução para todos estes problemas só pode ser uma: lutar por uma sociedade igual !


Outras personagens belas aparecem no livro: João Grande, o braço direito de Pedro, o Professor, respeitado por seus conhecimentos, o Volta Seca, que odeia os policiais e quer ser cangaceiro, o Gato, o malandro baiano que é sustentado por uma prostituta, o Sem-Pernas, sarcástico e profundamente marcado por ser coxo e abandonado, o Pirulito, que quer ser padre, Dora, a única mulher do grupo, mãe de todos e amor de Pedro, entre outros.


A linguagem de Jorge Amado, por ser muito simples e direta, facilita a leitura de seus romances, o que lhe rendeu críticas severas dos especialistas, que diziam que suas obras eram inconsistentes e com deslizes grandes de linguagem. Apesar dos críticos, Jorge Amado é um dos autores brasileiros mais lidos e traduzidos do mundo.


O autor pinta com cores fortes os aspectos de sua terra natal em seus romances sociais, mostrando a vida dos marginais da sociedade, no cais, no porto, nas vielas e ladeiras da Cidade Baixa, nos bordéis e candomblés, o que o tornou muito popular. E Capitães de Areia, por muitas vezes, parece poesia em prosa.


Bem, espero que este pequeno resumo os auxilie a buscar mais informações sobre esta obra, bem como outras de nossa literatura. E, claro, ler o livro, se puderem !

A gente se encontra em outra oportunidade, com mais informações, ok ?


Um beijão e até mais !

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