domingo, 21 de setembro de 2014

Voz ativa, voz passiva, voz reflexiva... vamos soltar a voz !!!


E aí, minha gente, tudo tranquilo por aí ?

Vamos relembrar um assunto do ensino fundamental, mas que ainda causa alguns problemas: as vozes do verbo (e verbo fala ? rsrsrsrsrs)


Quando falamos em voz do verbo, queremos indicar qual a função do sujeito na oração: se ele faz a ação descrita pelo verbo, recebe a ação descrita pelo verbo ou se ele faz e recebe a ação.


→ se o sujeito realiza a ação do verbo, dizemos que a voz é ativa, e o sujeito é ativo ou agente:

Maria comprou frutas para a semana.
Saímos cedo ontem.
Eles vão viajar no próximo feriado.

Nos exemplos acima, os sujeitos fazem as ações, são sujeitos ativos.


→ se o sujeito recebe a ação indicada pelo verbo, dizemos que a voz é passiva, e o sujeito é passivo ou paciente:

A casa foi pintada de azul para o Natal.
Escolhem-se sempre os melhores colocados no concurso.

Nos exemplos acima, a casa e os melhores colocados recebem a ação do verbo. A casa recebeu a pintura e os melhores colocados foram escolhidos. Eles não agem, são sujeitos passivos.

A voz passiva é formada (usando a voz passiva, é claro !) de duas maneiras:


Voz passiva analítica – analítica (extensa, mais longa) – usamos o verbo auxiliar ser conjugado no tempo que desejamos usar, mais o particípio passado do verbo principal:

As contas foram pagas na data correta.
Os meninos foram levados à sala onde ocorria o evento.

A voz passiva analítica, apesar de mais extensa, é muito mais utilizada na linguagem falada.

Algumas vezes, o agente da passiva (quem age na voz passiva, que não é o sujeito) aparece na oração:

As contas foram pagas na data correta pelo office-boy.


Voz passiva sintética – sintética (menor, resumida) – neste caso, é usado o verbo principal mais o pronome apassivador se. Por tradição, somente podem ser usados neste caso verbos que não regem preposição (verbos transitivos diretos):

Viam-se ao longe os campos (os campos eram vistos).
Entregou-se o bandido à justiça (o bandido foi entregue).

Percebam, meus caros padawans, que o sujeito, na voz passiva analítica, deve concordar com o sujeito a que se refere. Se ele estiver no plural, o verbo deve também ser conjugado no plural, segundo a regra básica de concordância. Por isso dizemos que as placas de venda de casas devem ser escritas dessa forma: Vendem-se casas (porque as casas são vendidas, e o sujeito casas está no plural).

Observação: a voz passiva analítica pode ser usada com verbos transitivos diretos ou bitransitivos. Quando temos verbos intransitivos (que não precisam de complemento), tomados intransitivamente, ou transitivos indiretos (que regem preposição), não temos voz passiva, e sim sujeito indeterminado, formado por verbo mais índice da indeterminação do sujeito (se). Neste caso, o verbo sempre fica na terceira pessoa do singular, independentemente do objeto indireto estar no singular ou no plural:

Precisa-se de novas ideias por aqui (verbo transitivo indireto).
Aspira-se a novos tempos (verbo transitivo indireto).
Fala-se muito nessas festas (verbo tomado intransitivamente).
Morre-se cedo quando não há sonhos (verbo intransitivo).


→ se o sujeito ao mesmo tempo faz e recebe a ação do verbo, temos a voz reflexiva, e no caso usamos um verbo acompanhado de pronome reflexivo se, que se torna verbo pronominal:

Maria feriu-se enquanto cozinhava (ela foi vítima da própria ação).
Na televisão, estão dizendo que a pessoa se jogou no rio (ela jogou a si mesma).


Apesar de não termos na Gramática mais do que estas três vozes, encontramos situações de ações concomitantes que se cruzam, em que dois ou mais sujeitos fazem e recebem ao mesmo tempo as ações. São ações recíprocas:

Elas se viram no corredor da escola (uma viu a outra, ambas são agentes e pacientes).
Os amigos se abraçaram depois de longa distância (um abraçou o outro, ambos fizeram e receberam a ação).


Ufa! Espero mesmo que este assunto seja agora mais bem compreendido.


Beijão, meu povo ! Até mais ! Bom final de semana !

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