E aí, minha gente, tudo tranquilo por aí ?
Vamos relembrar um assunto do ensino
fundamental, mas que ainda causa alguns problemas: as vozes do verbo (e verbo
fala ? rsrsrsrsrs)
Quando falamos em voz do verbo, queremos
indicar qual a função do sujeito na oração: se ele faz a ação descrita pelo
verbo, recebe a ação descrita pelo verbo ou se ele faz e recebe a ação.
→ se o sujeito realiza a ação do verbo, dizemos que a voz é ativa, e o sujeito é ativo ou agente:
Maria comprou frutas para a semana.
Saímos cedo ontem.
Eles vão viajar no próximo feriado.
Nos exemplos acima, os sujeitos fazem as
ações, são sujeitos ativos.
→ se o sujeito recebe a ação indicada pelo
verbo, dizemos que a voz é passiva, e o sujeito é passivo ou paciente:
A casa foi pintada de azul para o Natal.
Escolhem-se sempre os melhores colocados no
concurso.
Nos exemplos acima, a casa e os melhores
colocados recebem a ação do verbo. A casa recebeu a pintura e os melhores
colocados foram escolhidos. Eles não agem, são sujeitos passivos.
A voz passiva é formada (usando a voz
passiva, é claro !) de duas maneiras:
Voz passiva analítica – analítica (extensa,
mais longa) – usamos o verbo auxiliar ser conjugado no tempo que desejamos usar, mais o particípio passado do verbo
principal:
As contas foram pagas na data correta.
Os meninos foram levados à sala onde ocorria
o evento.
A voz passiva analítica, apesar de mais
extensa, é muito mais utilizada na linguagem falada.
Algumas vezes, o agente da passiva (quem age
na voz passiva, que não é o sujeito) aparece na oração:
As contas foram pagas na data correta pelo
office-boy.
Voz passiva sintética – sintética (menor,
resumida) – neste caso, é usado o verbo principal mais o pronome apassivador
se. Por tradição, somente podem ser usados neste caso verbos que não regem
preposição (verbos transitivos diretos):
Viam-se ao longe os campos (os campos eram
vistos).
Entregou-se o bandido à justiça (o bandido
foi entregue).
Percebam, meus caros padawans, que o sujeito,
na voz passiva analítica, deve concordar com o sujeito a que se refere. Se ele
estiver no plural, o verbo deve também ser conjugado no plural, segundo a regra
básica de concordância. Por isso dizemos que as placas de venda de casas devem
ser escritas dessa forma: Vendem-se casas (porque as casas são vendidas, e o
sujeito casas está no plural).
Observação: a voz passiva analítica pode ser
usada com verbos transitivos diretos ou bitransitivos. Quando temos verbos
intransitivos (que não precisam de complemento), tomados intransitivamente, ou transitivos indiretos (que regem
preposição), não temos voz passiva, e sim sujeito indeterminado, formado por
verbo mais índice da indeterminação do sujeito (se). Neste caso, o verbo sempre
fica na terceira pessoa do singular, independentemente do objeto indireto estar
no singular ou no plural:
Precisa-se de novas ideias por aqui (verbo transitivo indireto).
Aspira-se a novos tempos (verbo transitivo indireto).
Fala-se muito nessas festas (verbo tomado intransitivamente).
Morre-se cedo quando não há sonhos (verbo intransitivo).
→ se o sujeito ao mesmo tempo faz e recebe a
ação do verbo, temos a voz reflexiva, e no caso usamos um verbo acompanhado de
pronome reflexivo se, que se torna verbo pronominal:
Maria feriu-se enquanto cozinhava (ela foi
vítima da própria ação).
Na televisão, estão dizendo que a pessoa se
jogou no rio (ela jogou a si mesma).
Apesar de não termos na Gramática mais do que
estas três vozes, encontramos situações de ações concomitantes que se cruzam,
em que dois ou mais sujeitos fazem e recebem ao mesmo tempo as ações. São ações
recíprocas:
Elas se viram no corredor da escola (uma viu
a outra, ambas são agentes e pacientes).
Os amigos se abraçaram depois de longa
distância (um abraçou o outro, ambos fizeram e receberam a ação).
Ufa! Espero mesmo que este assunto seja agora
mais bem compreendido.
Beijão, meu povo ! Até mais ! Bom final de
semana !
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