quinta-feira, 2 de outubro de 2014

Vícios de linguagem - parte I



Olá, pessoal, tudo bem ? Vamos falar hoje sobre os vícios de linguagem. Tratam-se de usos equivocados da língua, em desvio do padrão culto. Devemos evitar usar qualquer um deles, pois mostram um descuido às vezes bem desagradável.


Como são vários, vamos dividir as informações em duas postagens.

Lá vão os primeiros:


→ barbarismo: uso de palavras e expressões estranhas ao idioma. Temos três tipos de barbarismo clássico:

a)   cacografia: má grafia ou pronúncia de uma palavra ou expressão, como dizer “pobrema”, “mendingo”, “uma dó”, “duzentas gramas”, sendo corretos problema, mendigo, um dó, duzentos gramas...

b)   silabada: quando deslocamos erroneamente o acento tônico da palavra, como “rúbrica”, “gratuíto”, “íbero”, sendo corretos rubrica, gratuito, ibero...

c)   estrangeirismo: uso (e abuso) de palavras ou expressões estrangeiras. Os estrangeirismos têm designações específicas, dependendo de sua origem: francês (galicismo), inglês (anglicanismo), espanhol (castelhanismo), italiano (italianismo), alemão (germanismo) etc.

→  solecismo: todo e qualquer erro em relação às normas de sintaxe: “falta duas horas”, “nós gostamos de assistir a novela”, “me dê isso !”, sendo corretos faltam duas horas, nós gostamos de assistir à novela, dê-me isso !


→ ambiguidade (anfibiologia): uso de expressões de duplo sentido, que dificultam a compreensão do contexto, em orações como “Maria viu João na sua casa”. De quem era a casa, de Maria ou de João? Neste caso, devemos reformular a oração, de modo que ela fique clara: Maria viu João na casa dela.


→ cacofonia (cacófato): encontro de sons que tornam a expressão desagradável ou que remetem a outro sentido, como “a boca dela”, “pegue o álbum dela”, “vi ela”, “custou cinco reais por cada” etc.


→ pleonasmo vicioso: o pleonasmo é a repetição de uma ideia, o que pode ser um recurso estilístico, se bem usado. Quando usamos repetições clichês, expressões grosseiras e batidas, temos o pleonasmo vicioso. Expressões como “subir pra cima”, descer pra baixo”, “entrar pra dentro”, entre outras, são pleonasmos viciosos.


→ eco: repetição de um mesmo som final das palavras, como em “a cartada dada foi errada”. O eco, que em prosa é considerado, em geral, vício, na poesia pode ser usado com sucesso, pois dá ritmo e musicalidade ao poema, além de ser um recurso para criação de rimas. Então, a repetição do final das palavras é desaconselhável para a prosa e recomendada para a poesia... coisas da língua, não é ?


Bem, continuamos noutra postagem nosso assunto de vícios de linguagem.


Beijão, meu povo, até a próxima !

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