Bom dia, minha gente, tranquilo ?
Vamos falar um pouco de literatura ? Vocês já
ouviram falar em Parnasianismo?
Esse movimento literário, predominante na
poesia, veio para o Brasil como reação ao sentimentalismo exagerado da poesia
romântica, que entrava em declínio no final do séc. XIX, depois que Castro
Alves divulgou poesia romântica de cunho social, que abriu caminho para a era realista.
Inspirado no Parnaso francês, nossos poetas
começaram a trabalhar na nova estética, mas não conseguiram a isenção completa
do sentimento, porque, por natureza, o brasileiro é mais sentimental.
Os maiores representantes do Parnasianismo no
Brasil foram três poetas, a chamada tríade parnasiana: Alberto de Oliveira, Raimundo
Correia e Olavo Bilac.
As principais características da estética
parnasiana são:
→ reação ao Romantismo, tentativa de superar o
sentimentalismo (o que ocorreu na França, mas não totalmente no Brasil);
→ linguagem correta, rebuscada, vocabulário erudito;
→ predileção pelas estéticas poéticas fixas,
principalmente o soneto;
→ versos no estilo clássico, como o heroico (10
sílabas) e o alexandrino (12 sílabas);
→ poesia descritiva e objetiva;
→ exaltação da forma em detrimento do conteúdo;
→ rimas raras, preciosas, sem liberdades
poéticas;
→ temas exóticos;
→ inspiração clássica.
Alberto de Oliveira → maior representante
parnasiano, que carrega as principais características do movimento no Brasil.
Fala sobre a natureza e a saudade. Não atinge a isenção total do sentimento
exigida de um parnasiano.
Raimundo Correia → foi influenciado pelo poeta
realista português Antero de Quental. Iniciou a carreira sob a bandeira
romântica. Como parnasiano, tem um estilo muito formal e filosófico. Enfoca
muito a natureza, a sensualidade da mulher. Seus estilo não é tão límpido como o dos demais parnasianos.
Olavo Bilac → o mais famoso poeta parnasiano
brasileiro. Inspirou-se na mitologia greco-romana, que aparece muito em seus
versos. Retrata o amor, o patriotismo e o lirismo. De um estilo nobre, Bilac
procura insistentemente a perfeição formal, a pureza da língua e o vocabulário
elegante. Ficou conhecido como o Príncipe dos Poetas.
Colocamos aqui, como exemplo, um soneto de
Olavo Bilac, de caráter descritivo, inspirado na Mitologia Grega. Reparem na
forma rígida, no vocabulário rebuscado e na estrutura das rimas.
O
Crepúsculo dos Deuses
Fulge em nuvens, no poente, o Olimpo. O
céu delira.
Os deuses rugem. Entre incêndios de ouro e gemas,
Há torrentes de sangue, hecatombes supremas,
Heróis rojando ao chão, troféus ardendo em pira,
Ilíadas, bulcões de gládios e diademas,
Ossa e Pélio tombando, e Zeus em raios de ira,
E Acrópoles em fogo, e Homero erguendo a lira
Em reverberações de batalhas e poemas...
Mas o vento, embocando as bramidoras trompas,
Clangora. Rolam no ar, de roldão, num tumulto,
Os numes e os titãs, varridos à rajada:
E ódio, furor, tropel, fastígio, glória, pompas,
Chamas, o Olimpo, - tudo esbate-se, sepulto
Em cinza, em crepe, em fumo, em sonho, em noite, em nada.
Os deuses rugem. Entre incêndios de ouro e gemas,
Há torrentes de sangue, hecatombes supremas,
Heróis rojando ao chão, troféus ardendo em pira,
Ilíadas, bulcões de gládios e diademas,
Ossa e Pélio tombando, e Zeus em raios de ira,
E Acrópoles em fogo, e Homero erguendo a lira
Em reverberações de batalhas e poemas...
Mas o vento, embocando as bramidoras trompas,
Clangora. Rolam no ar, de roldão, num tumulto,
Os numes e os titãs, varridos à rajada:
E ódio, furor, tropel, fastígio, glória, pompas,
Chamas, o Olimpo, - tudo esbate-se, sepulto
Em cinza, em crepe, em fumo, em sonho, em noite, em nada.
(Olavo
Bilac)
É
isso aí, meus caros, espero ter esclarecido um pouco esse período da nossa
literatura.
Beijão
!
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