segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Curiosidades sobre o português: adjetivos eruditos e mais expressões...


Olá, meu povo, tudo tranquilo ?

Vamos falar sobre mais curiosidades do português ?

Primeiro, os adjetivos eruditos. Eles vêm do latim clássico e são, para todos nós, formas muito mais difíceis, que são usadas raramente. No lugar deles, na linguagem popular, usamos locuções adjetivas, que são expressões que equivalem ao adjetivo, normalmente introduzidas por preposição seguida por um substantivo... Só para terem uma ideia, é muito mais fácil dizer “de ouro” do que dizer áureo, não é mesmo ? Vamos a alguns adjetivos eruditos vindos a partir de substantivos ? Só por curiosidade...

água - hídrico
aluno – discente
anel – anular
astro – sideral
boca – bucal, oral
cabeça - cefálico
campo – campestre, rural
chumbo - plúmbeo
chuva – pluvial
cobra – ofídico
criança – pueril, infantil
dedo – digital
diamante – adamantino
domingo – dominical
embriaguez – ébrio
estrela – estelar
fábrica – fabril
filho - filial
fogo – ígneo
gado – pecuário
garganta - gutural
gato – felino
gelo – glacial
homem – viril
irmão – fraternal
lago – lacustre
laranja – cítrico
leite – lácteo
lobo – lupino
mãe – materno
manhã - matutino
memória – mnemônico
moeda – numismático
monge - monástico
morte – letal
nariz – nasal
neve – níveo
norte – setentrional, boreal
olhos – óptico, ocular, oftálmico
ouro - áureo
ouvido – auricular, ótico
pai – paterno
paixão – passional
paraíso – paradisíaco
pedra – pétreo
pele – cutâneo
pescoço – cervical
pombo – columbino
povo - plebeu
prata – argênteo, argentino
professor - docente
raposa – vulpino
rio – fluvial, potâmico
rocha – rupestre
sonho – onírico
sul – meridional, austral
tarde – vespertino
terra – telúrico
terremoto – sísmico
umbigo – umbilical

Entre muitos outros...


Agora, algumas outras explicações a respeito de expressões do português cuja origem não conhecemos.


→ a casa da mãe Joana: é muito comum as pessoas perguntarem ou dizerem que um lugar é a “casa da mãe Joana”. Quem é a tal mãe Joana, e por que a expressão existe? Ela vem da Idade Média. Havia uma nobre italiana chamada Joana, que era condessa da cidade de Provença e rainha de Nápoles. No seu reinado, havia muitos conflitos dela com o papa, e ela acabou sendo expulsa e se refugiou em Avignon, na França. Durante seu período em Avignon, ela regulamentou os bordéis da cidade, e uma das normas dizia que nesses lugares haveria “uma porta onde todos possam entrar”. Daí, os prostíbulos passaram a ser chamados de “paço da mãe Joana” em Portugal, e daí a expressão chegou ao nosso país. Como paço (palácio) é uma palavra em desuso no Brasil, mudou-se para “casa”. A expressão casa da mãe Joana indica um lugar onde não há ordem nem regras, onde tudo é uma bagunça...


→ chorar lágrimas de crocodilo: também muito usada. O crocodilo é um animal extremamente perigoso e um caçador impiedoso. Como ele pode chorar, e essas lágrimas seriam verdadeiras, de um pesar real ? Na verdade, quando este animal ataca e morde sua vítima, ao apertar as mandíbulas ele contrai glândulas que fazem com que seu olho lacrimeje. Por associação, dizemos que chorar lágrimas de crocodilo é fingir uma dor ou uma tristeza que na verdade não existe. A expressão lágrima de crocodilo virou sinônimo de ser falso nas emoções, fingi-las, sendo que não existe nenhum sentimento no que se faz...


→ dar algo de mão beijada: outra da Idade Média. Na época, os nobres davam terras, dinheiro e palácios à Igreja, para conseguir indulgências, financiar cruzadas, para alcançar o céu ou ter benefícios do Santo Ofício. Como recompensa pelas doações, eles tinham o privilégio de beijar a mão do papa. Daí, dar de mão beijada é dar de graça, de forma fácil...


→ rasgar seda: esta veio de uma obra do teatrólogo Martins Pena. Ele escreveu uma peça em que um vendedor tentava cortejar uma moça. Ele a elogiava todo o tempo, de maneira exagerada. A moça, descrente e cansada de tanto elogio, disse a ele: “não rasgue tanto a seda, que ela desfia”. Daí surgiu a expressão rasgar seda, que significa elogiar de maneira exagerada...


→ engolir sapos: esta é antiga, remonta os tempos bíblicos. Ela vem da história das pragas do Egito, na época em que Moisés libertou os hebreus da escravidão. Uma das pragas foi a infestação de sapos. Eles invadiram a cidade e entravam em todos os lugares, inclusive na hora das refeições. Eles chegavam a encher as mesas e caíam nos pratos. Daí, engolir sapos refere-se a ter de suportar uma situação desagradável e da qual não se pode escapar, sem reclamar...


Curiosidades bem legais, porque é bom saber de onde as coisas vêm, não é mesmo ?


Beijão, minha gente, até a próxima !!!

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