Gente, mais um aconselhamento pros nossos
jovens.
Vocês estudam, têm uma vida em comum com seus
professores, eles fazem parte do dia a dia de vocês, como vocês são também
parte da vida deles...
Em média, vocês ficam com eles por um período
de quatro a cinco horas, às vezes até mais...
Atualmente, a relação entre os professores e
seus alunos é uma coisa que eu classificaria como “estranha”, para dizer o
mínimo.
Quando eu estava na escola, a relação entre
os estudantes e seus mestres era bem diferente. Não era esse relacionamento
indiferente que vemos hoje em dia.
Víamos nossos mestres como exemplos: eles
eram bravos, exigentes, rigorosos, não sorriam com facilidade, eram mais sérios,
eles davam muitos limites, não nos deixavam fazer tudo o que queríamos, mas
havia um carinho nessas atitudes, uma preocupação conosco.
Eles nos conheciam por nome, um a um,
conheciam nossos pais, e, de algum modo, participavam de nossa vida estudantil.
Com eles tínhamos de entrar em fila nas salas
de aula, tínhamos de levantar quando eles entravam, e esperávamos a autorização
para sentarmos.
Cantávamos hino na entrada, hasteávamos
bandeira, tínhamos comemorações cívicas em que trabalhávamos apresentações, com
canto, dança ou declamação de textos e poesias.
Fazíamos festas de dia dos pais, das mães, e
eles nos faziam preparar em sala presentes e homenagens para eles...
Tínhamos festas juninas, festas do sorvete,
festas da primavera, excursões a museus, a parques, tínhamos, enfim, uma
convivência entre alunos, pais, professores, direção... éramos uma comunidade,
um grupo.
Quando deixávamos a escola para férias, tínhamos
saudades, e esperávamos a volta para nos vermos e contarmos novidades.
Quando acabávamos a escola, no ginásio (atual
fundamental) ou colégio (atual médio) e devíamos ir embora da escola, era
sofrido, gostávamos dela, dos colegas, dos professores, a escola era uma
extensão do nosso lar...
Agora a coisa mudou muito de figura: os
alunos nem olham para seus professores, e, infelizmente, muitos destes também
não reparam nos seus pupilos...
Eles são estranhos entre si, não convivem, no
máximo se suportam...
Onde foi parar esse carinho, essa
cumplicidade, essa relação que era tão boa ?
Eu me lembro dos meus mestres com muito
carinho, com saudades, mesmo passados tantos anos de nossa convivência.
Eles foram meus exemplos, meus guias, e me
ajudaram a ser quem eu sou hoje.
Procurem resgatar essa amizade, que é
realmente essencial para a formação do caráter dos alunos.
Tentem se aproximar de seus professores,
respeitem essas pessoas que têm muito a ensinar a todos.
Não os olhem com indiferença, desprezo,
desdém: eles são pessoas que decidiram se dedicar a uma das profissões mais
difíceis, mas mais compensadoras que existem.
Ensinar é uma alegria, é um sacerdócio, e
vocês, meus alunos, deveriam dar mais valor aos seus professores, porque eles
podem levar vocês ao conhecimento de muitas coisas.
Não caçoem deles, não os menosprezem nem
pensem que eles não valem nada. Nem achem que eles não sabem nada. Respeito
cabe em todos os lugares, e vocês não têm o direito de julgar seus mestres. Não
sabem o que eles sofreram e sofrem para tentar ensinar o melhor para vocês.
Não é admissível responder para eles, serem grosseiros, gritarem... eles não merecem este tratamento, como também vocês não devem ser tratados assim.
Sejam amigos do seu mestre.
E, professores, respeitem seus alunos.
Dediquem-se a eles, pois, se eles virem em vocês pessoas confiáveis, de
princípios, equilibradas, que olham em seus olhos e tentam fazer deles pessoas
melhores, mais preparadas, mais educadas, com certeza vocês conseguirão tirar o
melhor deles.
Nunca os chamem de incapazes. Saibam que, se
bem orientados, eles podem ser grandes seres humanos.
Boa vontade, tolerância, respeito e carinho
fazem maravilhas, dos dois lados, quem sabe assim poderemos resgatar essa
relação tão importante para toda a educação.
Beijos, meus queridos, e até uma próxima !
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