Queridos, tranquilidade na vida ? Todos bem ?
Que bom !
Eba ! Finalmente a terceira parte de nossa série
de Figuras de Linguagem.
Vamos comentar aquelas que se baseiam em jogos de ideias e sentimentos, conhecidas como figuras
de pensamento.
Antítese
→
ela ocorre quando colocamos num mesmo enunciado palavras ou expressões de
sentidos opostos.
Minha relação com meus pais estava ao mesmo
tempo tão perto e tão longe.
A Antítese trabalha com palavras e expressões
de significado oposto, quando esta oposição está no campo das ideias, e formam
um contrassenso, chamamos a figura de linguagem de Paradoxo ou Oxímoro (só
pra complicar...)
Ao saber de sua doença, não tentou tratamento, antes, entregou-se a agravá-la.
Não temos neste caso, textualmente, palavra
ou expressão de sentido oposto, o que caracterizaria uma Antítese, mas o
sentido geral mostra um contrassenso. Uma pessoa com uma doença deveria tentar
curá-la, mas, inversamente, ela tenta piorar sua situação. Isto revela um
Paradoxo.
Apóstrofe
→ quando,
num texto escrito ou oral, o autor para o fluxo normal do texto e se dirige a
um ser (ou seres) reais ou fictícios, temos a Apóstrofe.
Deus, ó
Deus, onde estás que não respondes ?
Em que mundo,
em que estrela tu te escondes
embuçado
nos céus ? (Castro Alves)
Na obra Navio
Negreiro, do poeta Castro Alves, vemos o autor narrar o sofrimento dos
escravos em sua viagem de vinda da África ao Brasil. Neste trecho, diante de
tanta desgraça na vida dos negros, o poeta, pasmo, dirige-se ao Criador para
fazer a ele perguntas de cunho filosófico, e depois retoma a narrativa. Isto se
configura na figura Apóstrofe.
Eufemismo
→ o Eufemismo
é uma tentativa de atenuar uma ideia triste, difícil de ser dita, ou ofensiva,
por meio de expressões mais suaves e menos chocantes.
Esta pessoa não tem muito autocontrole diante de estresse.
Na verdade, a pessoa é descontrolada, impulsiva, até mesmo desequilibrada, mas tudo isso
foi dito de maneira mais suave.
Mário era um bom rapaz, está agora na glória eterna.
Ele morreu, mas é duro dizer desta maneira.
O eufemismo está em voga nos dias atuais, por
causa do politicamente correto, não é mesmo? Expressões eufemistas estão por
toda parte, como afrodescendente, desfavorecido
da fortuna, mentalmente incapaz, deficiente, país em desenvolvimento, melhor idade, entre outras, porque dizem
que essas expressões são, de alguma forma, menos ofensivas.
Gradação
→ consiste
no uso de palavras e expressões com ideias que aumentam ou diminuem de
intensidade.
Foi difícil,
triste, terrível, catastrófico ! (gradação ascendente).
A paixão
avassaladora, o amor pacificador e a amizade feliz são sentimentos comuns
no ser humano (gradação descendente).
Hipérbole
→ trata-se
de todo e qualquer exagero nas expressões.
Este calor está me matando !
O mundo
inteiro
está vendo esta palhaçada !
Séculos se passaram até eu
poder voltar à minha cidade natal.
Ironia →
Nesta
figura, falamos exatamente o contrário do que queremos na verdade transmitir.
Na linguagem oral, a ironia é notada, além do texto, pela entonação, que revela
imediatamente a intenção verdadeira do falante.
Que
bonito,
não é mesmo ?
Na realidade, a pessoa não acha nada bonito o
que está acontecendo. Ela quer dizer exatamente o oposto, que nada está bem.
Nossa, rico
do jeito que eu estou, é capaz de eu comprar um iate !
Esta pessoa está obviamente sem dinheiro pra
nada...
Personificação
→ figura
que consiste em dar vida, nos padrões humanos, a seres inanimados ou não
humanos, como plantas e animais.
A lua, poderosa no céu, inspira os poetas.
O leão, como rei dos animais, governa em seu reino nas savanas.
Na verdade, inspirar e governar são atributos
humanos que a lua e o leão na realidade não podem realizar. Nós comparamos e
atribuímos atitudes humanas a esses seres.
Para finalizar, meu povo, existem algumas
figuras que trabalham com áreas que não correspondem às figuras de palavra, de
construção e de pensamento já citadas. Essas figuras utilizam-se do efeito sonoro (são ditas fonológicas) para transmitirem seu recurso
expressivo. Vamos ver algumas ?
Onomatopeia
→ é a tentativa de imitar, através da fala
ou da escrita, sons ou vozes de seres.
A criança ouvia ao longe o latido do seu
cachorrinho: au, au, au !
Ela tentou pegar o copo rapidamente. Crash
! Ele despedaçou-se...
Toc, toc, toc, batia insistentemente
à porta...
Aliteração
→ repetição
proposital de um mesmo som consonantal num enunciado.
Volúpias dos violões, vozes veladas... (Cruz e Sousa)
Assonância → repetição proposital de um mesmo som vocálico num enunciado.
A onda anda
aonde anda
a onda? (Manuel Bandeira)
Tanto a Aliteração como a Assonância são recursos que trazem musicalidade e ritmo, principalmente a textos poéticos.
Caramba ! Finalmente vimos o que é mais conhecido do assunto.
Espero que vocês tenham gostado. Um beijão ! Até mais !!!
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