segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

O purismo. Sabe o que é ?



Bom dia meus queridos, tudo bem ?


Vamos comentar hoje um assunto um pouco controverso, pois há os que são completamente contra, outros que são a favor: trata-se do purismo.

Purismo é a preocupação exagerada em seguir estritamente as normas gramaticais. Esse zelo chega ao ponto do purista não aceitar, em alguns casos, palavras estrangeiras, gírias, algumas palavras novas (neologismos) ou antigas (arcaísmos), o que beira as raias da intransigência.

Quando vocês, meus caros, veem nosso blog (porque ele é nosso, é claro), podem pensar que eu, como professor de português, não aceito praticamente nada que não esteja dentro das regras da norma culta da língua, o que não é bem verdade.

Aqui, busco esclarecer como devemos usar com mais tranquilidade a norma padrão da língua, porque ela é a que mais nos causa dúvidas e problemas, e porque a língua escrita deve ser tratada com mais cuidado, já que são registros que permanecem, e é feio apresentar, num trabalho acadêmico ou profissional, erros que ficam documentados, não é mesmo ?

Muitas vezes, eu coloco, depois das normas, que uma forma ou uso pertencem à língua escrita, mas que na língua oral a coisa funciona de outra maneira. E é importante, como já destaquei em outras postagens, que para cada instante haja uma adequação da língua ao momento e em relação ao grupo em que ela está sendo praticada.

A língua escrita é mais rígida por ser documento. A língua oral diverge (conforme vimos nos níveis linguísticos) conforme a situação em que é usada, e esses usos são perfeitamente aceitos e compreendidos, porque são naturais da comunicação, mesmo que estejam à parte das normas gramaticais escritas.

É óbvio que a pessoa que sabe usar bem a língua é aquela que é capaz de se sentir à vontade ao praticá-la em qualquer nível, seja ele o mais básico e popular ou o mais erudito. O problema aparece quando somos performáticos em um só dos níveis, o que nos torna limitados. Um garoto que só fala gíria o tempo todo é tão ineficiente linguisticamente quanto o sabichão que só fala corretamente em todas as ocasiões: ambos tornam-se incompreensíveis e chatos.

Então, as regras devem ser seguidas com cuidado na parte escrita da língua e na parte oral, quando em situações mais específicas (a acadêmica, de estudo e de trabalho, por exemplo), mas a linguagem do dia a dia permite alguns deslizes que não são tão graves.

O purismo que rejeita vocabulário estrangeiro já adotado pelo povo, ou palavras novas e arcaicas, ou dizeres regionais e populares, acaba também limitando sua expressão, e a língua que eles utilizam torna-se muito artificial.

Relembrando uma mensagem que eu passei há algum tempo, devemos ter em mente que a virtude está no meio, e devemos nos adaptar às situações de fala e escrita dentro desse universo de comunicação onde reina nossa língua.

Não é o que se fala ou se escreve, mas como, em que situação e para quem falamos ou escrevemos.

Espero que todos aprendam a dominar com muito mais propriedade o tesouro oferecido pela nossa língua.


Um beijão e até mais ! Beijos !


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