quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Formação das palavras - parte II



Olá, minha gente, tudo tranquilo ? Espero que sim.

Vamos terminar a história sobre a formação das palavras ?


Hoje veremos quais os principais métodos de formação.


DERIVAÇÃO

Formam-se palavras por derivação quando anexamos prefixos e/ou sufixos a uma palavra que já existia na própria língua (primitiva). Ela pode ser:

→ por prefixação: ao anexarmos um prefixo para a formação do novo vocábulo:

infeliz, anti-herói, preconceito, subsecretário, antessala.

→ por sufixação: por anexar um sufixo ao vocábulo primitivo:

rodada, francamente, casario, cafezinho, pedraria.

→ por prefixação e sufixação ou parassintética (parassíntese): ao colocarmos um prefixo e um sufixo para criar uma palavra nova, a partir da primitiva:

infelizmente, desaparecimento, extrafaturamento.

Observação: alguns estudiosos distinguem a derivação por prefixação e sufixação da derivação parassintética, ou parassíntese. Dizem que em ambas há a colocação de prefixo e sufixo em um radical preexistente. A diferença seria que, na prefixação e sufixação, ao retirarmos um deles (prefixo ou sufixo) teríamos outra palavra que existe na língua. No caso da derivação parassintética, os dois afixos são imprescindíveis. Vamos esclarecer com exemplos:

Exemplo 1: derivação por prefixação e sufixação: infelizmente – pois podemos tirar qualquer um dos afixos e continuaremos a ter palavras válidas na língua (infeliz e felizmente existem).

Exemplo 2: derivação parassintética: amaldiçoar – se não colocarmos os dois afixos na palavra maldição, não teremos uma palavra nova. Tanto “amaldição” quanto “maldiçoar” não existem. Temos de usar indispensavelmente os dois afixos para a formação. Normalmente isto ocorre com a formação de verbos a partir de substantivos e adjetivos, como abençoar, esfriar, empalidecer, entre outros.  

→ derivação imprópria: trata-se de estender o significado de uma palavra já existente, ao mudarmos sua classe gramatical:

Os bons pagam pelos maus (adjetivos que viram substantivos).
O nascer do sol (verbo que vira substantivo).
Falar alto (adjetivo usado como advérbio).
Passamos por uma greve monstro (substantivo usado como adjetivo).


COMPOSIÇÃO

Na composição, temos a junção de duas ou mais palavras ou radicais para formação do vocábulo novo. Ela pode ser:

→ por justaposição: juntamos duas palavras ou mais, mas nenhuma letra cai no processo. Às vezes, junta-se uma letra para a regularização segundo as normas de ortografia:

vai-e-vem, arco-íris, girassol, guarda-chuva, televisão.

→ por aglutinação: juntamos duas ou mais palavras, e há uma queda na letra de uma ou várias delas, como outras alterações gráficas:

vinagre, aguardente, embora, planalto, boquiaberto.


REDUÇÃO

Originalmente, algumas palavras são muito longas, e o uso popular acaba abreviando as formas, formando um novo vocábulo mais usado que a palavra primitiva:

auto-ônibus – ônibus  
pornografia – pornô
trem metropolitano – metrô
curta-metragem – curta
motocicleta – moto
fotografia – foto
televisão – TV
pneumático – pneu


HIBRIDISMO

Formação de palavras a partir de dois radicais de línguas diferentes:

monocultura (mono – grego / cultura – latim)
superchique (super – latim / chique – francês)
megassanduíche (mega – grego / sanduíche – inglês)


ONOMATOPEIAS

As onomatopeias são tentativas de escrevermos os sons que nos circundam, ou de dar uma ação a eles através de verbos, sejam de fenômenos físicos, de barulhos de máquinas e outros, sejam de animais, o que acaba criando novas palavras:

rugir – feras de um modo geral
zumbir – de insetos
zaz – indica velocidade
fonfonar, buzinar – barulho de buzinas
tamborilar – barulho de gotas ou de dedos numa superfície


NEOLOGISMOS

A língua é um organismo vivo praticado pelos falantes. Coisas novas surgem, circunstâncias que não aconteciam começam a ser frequentes, e precisamos de palavras que designem tudo isso. Por isso, criamos palavras sem cessar. As que acabam se incorporando na língua são chamadas de neologismos:

plugar, hambúrguer, brusqueta, mídia, celular, entre outras.


EMPRÉSTIMOS

Pelo mesmo motivo acima, e por influências de tecnologias, moda, cultura de outros países, acabamos importando palavras estrangeiras, e as usamos frequentemente no nosso português. Algumas acabam se aportuguesando e juntam-se ao léxico oficial com o passar do tempo. Por norma, as que se incorporam podem ser escritas normalmente, as que ainda não entraram no português devem ficar em itálico ou entre aspas:

Internet, e-mail, nude, strech, selfie, nerd, entre outras.


Deu para ficar claro ? Espero que sim.


Até mais, meu povo, beijos !


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