domingo, 11 de março de 2018

Sintaxe - parte IV - a predicação (predicados nominal, verbal e verbo-nominal) - estrutura.

Olá, minha gente, tudo bem?

Vamos continuar a saga sobre a Sintaxe - período simples.

Continuando nossa caminhada, vamos falar sobre a predicação, isto é os tipos de predicado (com mais detalhes) e as estruturas de cada um.

Vamos lá?

Como disse na postagem anterior, existem três predicados: nominal, verbal e verbo-nominal.

O predicado nominal indica estado ou qualidade. Neste predicado, o que traz a informação principal é o termo que indica esse estado ou qualidade. O verbo não é o núcleo do predicado, porque é vazio de sentido. Ele só tem a função de ligar o sujeito a essa informação importante (estado ou qualidade). Por isso, nos predicados nominais os verbos são classificados como verbos de ligação.

Ex.: Os alunos pareciam cansados no final da aula.

Parecer liga o sujeito (os alunos) à informação mais importante do predicado (cansados). É classificado como verbo de ligação. Vemos que os núcleos de predicados nominais são sempre os nomes (adjetivos e substantivos), e não os verbos.

O predicado verbal indica ação ou fenômeno. Sua base é a ação verbal, sendo o verbo o núcleo desse predicado. Quanto ao verbo, sintaticamente o analisamos segundo os parâmetros abaixo, em relação à sua transitividade:

a) o verbo pode ser intransitivo: a ação não transita do verbo para nenhum outro termo. O verbo traz em si toda a informação básica necessária. Tudo que vier além dele explica melhor a situação, é acessório, mas o verbo não precisa de complemento essencialmente.

Ex.: A menina desmaiou.

A ação de desmaiar já indica completamente o que aconteceu. Se falássemos que a menina desmaiou de fome, ou na calçada, as informações seriam acessórias, pois o essencial já foi declarado apenas com o verbo. Dizemos, então, que desmaiar é um verbo intransitivo.

b) o verbo pode ser transitivo direto: a ação transita do verbo para um complemento, que é ligado diretamente a esse verbo e completa o seu sentido.

Ex.: Todos viram a menina desmaiada.

A ação de ver não é completa em si mesma. Se disséssemos somente que todos viram, fatalmente haveria a pergunta: viram quem? ou viram o quê? Isso indica que o verbo ver precisa de um complemento obrigatório, no caso a menina desmaiada, e esse complemento essencial à lógica da informação vem diretamente depois do verbo, sem nada que os separe: está ligado diretamente. Por isso o verbo ver é classificado como verbo transitivo direto.

c) o verbo pode ser transitivo indireto: a ação transita do verbo para um complemento, mas neste caso o complemento é ligado indiretamente ao verbo por meio de uma preposição.

Ex.: Pensamos em bons presentes de Natal.

Quando dizemos que pensamos, ocorre a mesma pergunta que vimos no item anterior, pois o verbo não tem sentido sozinho. Mas agora a pergunta é introduzida por uma preposição: pensamos em quem? ou pensamos em quê? ou pensamos no quê? Bons presentes de Natal, nosso complemento, é ligado de maneira indireta ao verbo pensar por meio da preposição "em". Temos nesse exemplo um chamado verbo transitivo indireto, que precisa de complemento introduzido por preposição.

d) o verbo pode ser transitivo direto e indireto: a ação transita do verbo para dois complementos, um ligado diretamente ao verbo, o segundo ligado indiretamente por meio de preposição.

Ex.: O correio entregou a encomenda para meu primo.

No caso, entregar não tem sentido sozinho, precisamos de complementos. A pergunta novamente vem de maneira automática: entregou o quê? Entregou o presente (ligado diretamente). Mas a pergunta continua: entregou o presente para quem? Percebem que entregar pede dois complementos, e o segundo é introduzido por preposição (para), ou seja, é indireto? Então, entregar é analisado como verbo transitivo direto e indireto.

O predicado verbo-nominal une os dois núcleos (verbal e nominal) numa só oração. Ele tem sempre um verbo de ação (intransitivo ou transitivo e seus complementos) seguido de um estado ou uma qualidade essencial.

Ex.: A criança chegou ao hospital febril.

Vemos no caso uma ação (chegar - núcleo verbal), que precisa de complemento (chegou aonde?), introduzido pela preposição "a". É um verbo transitivo indireto. Mas também temos uma segunda informação importante, um estado, indicado pela palavra febril, que é um núcleo nominal. Assim funciona sempre esse tipo de predicado, ação e estado/qualidade unidos na mesma oração.

Não é difícil, não é mesmo? E, se for, entrem em contato!

Na próxima iniciamos o estudo das classificações dos termos integrantes das orações.

Um beijo e até mais!


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